
Endometriose em adultos: Patogênese, epidemiologia e impacto clínico
2024; Volume: 6; Issue: 8 Linguagem: Português
10.36557/2674-8169.2024v6n8p2107-2121
ISSN2674-8169
AutoresCamilla Maganhin Luquetti, Adria Luana Gabler da Costa, Marta Esteves D’Oliveira, Alice Barbosa Nascimento, Thaiana França Reis Alves, José Teobaldo da Costa Neto, José Augusto Paranhos Marcelo, Paulo Henrique Fabiano Zamora, César David Gusso, Mariana Siqueira Passos, Carolina Calandrine Duarte, Fernanda Dias Pinheiro, Elson Assunção de Andrade Lima Júnior, Carla Cristina Maganhin,
Tópico(s)Gynecological conditions and treatments
ResumoIntrodução: Endometriose é doença crônica que atinge 10% das mulheres mundialmente. Definida por tecido endometrial fora da cavidade uterina, é estrogênio-dependente e em mulheres em idade reprodutiva pode se manifestar desde assintomática até ter relação com infertilidade. Dor abdominal e/ou pélvica, dispareunia, disquezia, disúria e sangramento uterino irregular impactam na qualidade de vida e produtividade dessas mulheres. Tanto a região pélvica (ovários, ligamentos uterossacros e retroperitôneo) como bexiga e intestino (retossigmóide, cólon) podem ter tais implantes, dificultando o diagnóstico precoce e agregando morbidades. Objetivo: compreender a endometriose e seu quadro clínico, avaliação e possibilidades diagnósticas. Metodologia: Revisão de literatura integrativa a partir de artigos das bases científicas de dados da Scielo, da PubMed e da BVS. Tal pesquisa ocorreu no período de março a maio de 2024, com descritores em inglês “endometriosis”, “pathogenesis”, “epidemiology” and “clinical impact”, com correspondentes em português. Incluíram-se artigos completos dos últimos cinco anos (2019-2024), com total de 91 estudos. Após leitura dos resumos, excluíram-se estudos de outras categorias, com 05 artigos para leitura na íntegra. Resultados e Discussão: Demonstra-se que o exame físico em pacientes com endometriose é impreciso e variável, dependendo da localização e do tamanho dos implantes. Dor e intensidade não correspondem à gravidade. Achados sugestivos incluem: fixação do colo uterino, anexos ou útero; massa ou nódulo anexial sensível; deslocamento lateral do colo ao toque. Embora o diagnóstico definitivo exija confirmação histológica por biópsia de tecido, o diagnóstico presuntivo ganha destaque a partir de sinais e sintomas com achados de imagem (USG/RNM). Não há marcadores laboratoriais específicos para endometriose. Endometriomas ovarianos, nódulos infiltrativos ou lesão na bexiga são sugestivos em imagens. Reserva-se cirurgia para mulheres com sintomas graves e refratárias ao uso de anticoncepcionais hormonais ou outras terapias. O estadiamento segundo a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) é feito via laparoscopia majoritariamente e direciona o tratamento. Conclusão: Ressalta-se o diagnóstico cirúrgico da endometriose como padrão-ouro, sendo que tal condição raramente sofre transformação maligna para câncer. O atraso diagnóstico da dor pélvica crônica impacta na qualidade de vida e ainda é uma constante, apesar de capacitação médica e avanços tecnológicos.
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