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Geólogos observam movimentações inesperadas no campo magnético da Terra


Quinta, 31 Janeiro 2019

Vista da Terra pela tripulação Apollo 17 (Foto: NASA)Algo inesperado está acontecendo no topo do mundo. O pólo norte magnético da Terra está se afastando do Canadá e da Sibéria, impulsionado pelo fluxo de ferro líquido dentro do núcleo do planeta. O pólo magnético está se movendo tão rapidamente que forçou os especialistas em geomagnetismo a atualizarem em caráter emergencial o modelo existente de descrição do campo magnético. As informações são da revista científica Nature, disponível no acervo do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

A atualização do Modelo Magnético Mundial (World Magnetic Model) deve ser publicada no dia 4 de fevereiro. O documento descreve o campo magnético do planeta e é fundamental para a navegação moderna, desde os sistemas que orientam os navios no mar até o Google Maps nos smartphones.

A versão mais recente do modelo surgiu em 2015 e deveria durar até 2020, mas o campo magnético está mudando tão rapidamente que os pesquisadores precisaram alterar o modelo antes do prazo previsto. "O erro está aumentando o tempo todo", disse à Nature Arnaud Chulliat, geomagnetista da Universidade do Colorado e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (National Oceanic and Atmospheric Administration – NOAA).

O problema está em parte com o pólo móvel e em parte com outras mudanças no interior do planeta. A agitação líquida no núcleo da Terra gera a maior parte do campo magnético, que varia com o tempo na medida em que os fluxos profundos mudam. Em 2016, por exemplo, parte do campo magnético acelerou temporariamente no norte da América do Sul e no leste do Oceano Pacífico. Satélites como a missão Swarm, da Agência Espacial Europeia, acompanharam a mudança.

"É o campo magnético que nos protege das partículas que vêm de fora, especialmente do vento solar (que pode ser muito nocivo)", explica o geólogo Ricardo Ferreira Trindade, pesquisador do Instituto de Astronomia e Geofísica da Universidade de São Paulo (USP), ao site G1. Segundo ele, é natural que o campo sofra modificações na medida em que ocorre movimentação dos metais líquidos que compõem o centro do planeta. Entretanto, na última década, a variação tem acontecido em velocidade muito maior do que antigamente.

No início de 2018, o Modelo Magnético Mundial estava em “apuros”, conforme foi descrito pela Nature. Pesquisadores da NOAA e do British Geological Survey, em Edimburgo, vinham realizando a verificação anual de quão bem o modelo estava capturando as variações no campo magnético da Terra. Recentemente, perceberam que os registros eram tão imprecisos que estavam prestes a exceder o limite aceitável para erros de navegação.

A notícia que descreve a situação está disponível na edição de 10 de janeiro da revista científica Nature (volume 565, edição 7738), com o título Earth’s magnetic field is acting up and geologists don’t know why. A publicação pode ser acessada pela comunidade acadêmica brasileira por meio da opção buscar periódico do Portal, inserindo no campo de consulta o nome do periódico ou o ISSN 0028-0836.

Com informações da Nature e do G1

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