
Intoxicação por Senecio spp. (Compositae) em bovinos no sul do Brasil
2018; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL; Volume: 33; Issue: 1 Linguagem: Português
10.22456/1679-9216.14565
ISSN1679-9216
AutoresJoão Roberto Basile, João Maria Ferraz Diniz, Werner Okano, Silvana Maris Círio, Luiz Carlos Leite,
Tópico(s)Pesticide Exposure and Toxicity
ResumoPlantas do gênero Senecio são nativas em várias regiões do mundo e consideradas causadoras de uma enfermidade de caráter enzoótico em bovinos, com importante reflexo na produção animal. Este trabalho descreve a ocorrência de intoxicação por Senecio spp. em bovinos de leite e de corte, nos estados de Santa Catarina e Paraná, respectivamente. Na granja leiteira, de 250 fêmeas holandesas morreram 31 (12,4%), sendo 14 bezerras, 9 novilhas e 8 vacas. Os animais recebiam feno de alfafa à vontade, cujos fardos apresentaram infestação média de 3% da planta. Na segunda granja haviam 20 bois mestiços soltos em campo nativo infestado por Senecio brasiliensis. Não havia deficiência de pastagem. Os animais foram abatidos após a morte do primeiro intoxicado. Os animais afetados mostraram inapetência, depressão, incoordenação motora, andar em círculo, agressividade, diarréia e/ou coprostase, tenesmo, emagrecimento progressivo e, em alguns casos, edema subcutâneo, prolapso de reto e paraplegia do trem posterior. Os achados de necropsia eram fígado com graus variáveis de endurecimento e vesícula biliar distendida com bile espessa; petéquias e sufusões nas serosas torácicas e abdominais; edema do tecido subcutâneo, mesentério, pregas do abomaso e parede da vesícula biliar. As alterações histopatológicas foram as do fígado, caracterizadas por fibrose periportal e muitas vezes estendendo-se entre os lóbulos hepáticos, discreta a moderada megalocitose, hiperplasia de ductos biliares, vacuolização e necrose de hepatócitos, esteatose, infiltrados histiolinfoplasmocitários e neutrofílicos periportais. Nefrose tubular com perda de proteínas, encefalomalácia focal, hemorragias focais no pulmão e coração, congestão esplênica e enterite catarral foram menos freqüentes. O diagnóstico baseou-se nos sinais clínicos, nos achados anátomopatológicos e na presença da planta misturada no feno de alfafa ou na pastagem.
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