Agricultores idosos de TRás-os-Montes: exclusao e reconhecimento

2000; Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa; Volume: 35; Issue: 156 Linguagem: Português

ISSN

2182-2999

Autores

António Fragata, José Portela,

Tópico(s)

Cooperative Studies and Economics

Resumo

No quadro do desenvolvimento agricola e ate a decada de 80, os agricultores idosos foram tratados pelas correntes dominantes de pensamento como uma das causas justificativas da crise permanente da nossa agricultura (Carvalho, 1984, p. 255), em particular nas regioes minifundiarias (Fragata, 1992, pp. 18 e 44). Incluidos por Pinto et ai (1984, p. 38) na categoria de agricultores «avessos as inovacoes tecnologicas, centrados sobre si proprios, vocacionados em grande parte para o autoconsumo e pouco receptivos aos incentivos de mercado», eles contribuiam, no entender daqueles autores, para a situacao «de apatia, ausencia de mentalidade empresarial e de espirito de cooperacao e associacao» vigentes na agricultura portuguesa. Como pequenos agricultores, foram atingidos pelas inumeras pregacoes da inviabilidade da pequena dimensao levada a cabo por sucessivas geracoes de economistas agrarios tradicionais e de formacao neoclassica e pelo elogio da grande exploracao dominante na esquerda influenciada pelo marxismo (Baptista, 1993). Neste quadro dominante de pensamento e em funcao de um criterio, a idade, discutivel porque arbitrario, os velhos da agricultura tem sido reme-

Referência(s)