Os Persas de Ésquilo na Atenas do seu tempo
2004; Catholic University of Portugal; Volume: 13; Issue: 13 Linguagem: Português
ISSN
0872-0215
Autores Tópico(s)Classical Antiquity Studies
ResumoO seculo de Pericles conheceu, como e sabido, o florescimento da primeira democracia ocidental, e, simultaneamente, o poderio da hegemonia de Atenas sobre a Helade, construido a partir da sua posicao na Anfictionia de Delos e da administracao do tesouro da Liga. Criada a Anfictionia pela necessidade de eficacia de um poder defensivo contra ameacas externas – necessidade sentida, com todo o dramatismo e intensidade, a partir da dura experiencia das Guerras Medo-Persas – ai mesmo encontramos, na hegemonia e imperialismo crescentes de Atenas e nas reaccoes de defesa e poder hegemonico alternativo, construido em torno a Esparta, as sementes de destruicao de um imperio e o socobrar do mundo e do ideal da polis grega. Curiosamente, esta foi, apos a vitoria grega sobre os Persas, a politica defendida por Temistocles, um dos fautores da Liga, contra a estrategia defendida por Cimon, de aproximacao a Esparta e de reforco da unidade helenica. Temporariamente, a tese de Cimon colheu o apoio do povo de Atenas, a ponto de Temistocles ter sido votado ao ostracismo em 470 a. C. A Helade, no entanto, esqueceu rapidamente que so o esforco de uniao conseguida por uma emergencia e uma causa comum lhe garantia a autonomia e liberdade – o rechacar dos Persas, vencidos em 480 a. C. em Artemisio e Salamina e em 479 a. C. em Plateias e Micale, assim o atestara. Em breve se vira a envolver, de novo, em lutas entre as suas cidades-estado, pelo predominio politico-
Referência(s)