O homem português perante a doença no século XVIII : atitudes e receituário
1984; University of Porto; Volume: 1; Issue: 1 Linguagem: Português
ISSN
2183-0460
Autores Tópico(s)Health, Nursing, Elderly Care
ResumoTodo o homem e prisioneiro do seu tempo. Esta assercao, por mais repetida e banal que pareca, afigura-se-me pertinente e oportuna sempre e, particularmente, ao evocarmos o nosso passado colectivo. De facto, o ser humano de cada epoca vai realizando aquilo que pode, de acordo com as raizes, a heranca que recebeu e os novos dados que conseguiu introduzir nesse patrimonio universal que sao a cultura e a ciencia do seu tempo. Desse modo, nada do que e construcao humana deve ser encarado como definitivo. Enganaram-se redondamente os homens inspirados pela filosofia positivista do seculo passado que acreditaram que era possivel erguer uma CIENCIA que seria imutavel, eterna, e que asseguraria, por si so, a felicidade do genero humano. O principio da relatividade, erigido em lei, veio minar o orgulho do homem e lembrar-lhe que, afinal, nao ha uma escala rigida, intemporal, de valores humanos. Todas as ciencias, mesmo as consideradas mais exactas, tiveram que ir revendo sempre os seus principios e meditar sobre outras hipoteses alternativas. Isto e aplicavel a todas as ciencias, em geral, e, muito particularmente, as humanas. Ora a medicina partilha do duplo estatuto de ciencia, exacta, por um lado, e humana, pelo outro. Dai nao ser de estranhar que ela tenha evoluido com extrema rapidez, designadamente nos ultimos dois seculos, considerando nos hoje que certos aspectos e, designadamente, tratamentos do sec. 18, o seculo das luzes e da razao, sejam por nos vistos como velharias da pre-historia que nos merecem apenas
Referência(s)