Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Violência colonial e testemunho: Para uma memória pós-abissal

2015; Center for Social Studies, University of Coimbra; Volume: 106; Linguagem: Português

10.4000/rccs.5904

ISSN

2182-7435

Autores

Bruno Sena Martins,

Tópico(s)

Caribbean and African Literature and Culture

Resumo

O silenciamento da Guerra Colonial portuguesa/ Guerras de Libertação (1961-1974) constitui um dos elementos mais estruturantes da reconstrução democrática e pós-imperial da sociedade portuguesa. Partindo de uma extensa recolha de histórias de vida de “deficientes das Forças Armadas”, o presente texto procura analisar as lutas pelo sentido trazidas pelas suas narrativas. Por um lado, procuramos perceber os termos de um confronto entre uma memória da violência, corporalmente inscrita, e a denegação da violência colonial no senso comum do Portugal democrático. Por outro, procuramos compreender de que modo a noção de uma guerra evitável e injusta, crescentemente sedimentada após o seu ocaso, cria um paradoxo para aqueles que, tendo sido parte de uma força agressora, se configuram como vítimas.

Referência(s)