Artigo Revisado por pares

Espaços não-formais de ensino e o currículo de ciências

2005; Brazilian Society for the Advancement of Science; Volume: 57; Issue: 4 Linguagem: Português

ISSN

2317-6660

Autores

Valéria Vieira, M. Lucia Bianconi, Monique Costa Dias,

Tópico(s)

Education Pedagogy and Practices

Resumo

A e d uc acao, enquanto forma de ensino-apre n d i z agem, e adquirida ao longo da vida dos cidadaos e, segundo alguns autores (1, 2), pode ser dividida em tres diferentes formas: educacao escolar formal desenvolvida nas escolas; educacao informal, transmitida pelos pais, no convivio com amigos, em clubes, teat ros, leituras e outros, ou seja, aquela que decorre de pro c e s s o s naturais e espontâneos; e educacao nao-formal, que ocorre quando existe a intencao de determinados sujeitos em criar ou buscar determinados objetivos fora da instituicao escolar. Assim, a educacao nao-formal pode ser definida como a que pro p o rciona a apre ndizagem de conteudos da escolarizacao formal em espacos como museus, centros de ciencias, ou qualquer outro em que as atividades sejam desenvolvidas de forma bem direcionada, com um objet i vodefinido (1). Os museus e centros de ciencias estimulam a curiosidade dos visitantes. Esses espacos oferecem a oportunidade de suprir, ao menos em parte, algumas das carencias da escola como a falta de laboratorios, recursos audiovisuais, entre outros, conhecidos por estimular o aprendizado. E importante, no entanto, uma analise mais profunda desses espacos e dos conteudos neles presentes para um melhor aproveitamento escolar. Recentemente, realizamos uma avaliacao quantitativa do apre n d izado de conteudos de ciencias com alunos do segundo segmento do ensino fundamental, que participaram de uma aula nao-formal realizada no Rio de Ja n e i ro (3). A avaliacao mostrou que essa aula e importante no processo de aprendizagem dos conteudos abordados, alem de ter sido reconhecida como estimulante pelos alunos. Nossos dados sugeriram que, quando bem direcionados, espacos naoformais de ensino podem ser bons aliados das aulas formais (3). Segundo Vasconcelos e Souto (4), ao se ensinar ciencias, e importante nao privilegiar apenas a memorizacao, mas promover situacoes que possibilitem a formacao de uma bagagem cognitiva no aluno. Isso ocorre atraves da compreensao de fatos e conceitos fundamentais, de forma gradual. Espacos nao-formais, onde se procura transmitir, ao publico estudantil conteudos de ciencias, podem favorecer a aquisicao de tal bagagem cognitiva. As aulas formais se baseiam, na maior parte das vezes, nos conteudos curriculares propostos em livros didaticos. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), editados pelo MEC em 1998, atraves da disciplina ciencias pode-se estimular uma postura critica que permita avaliar como a sociedade intervem na natureza. At u a lmente, sabemos que esse tipo de postura e essencial, por exemplo, para diminuir a degradacao acelerada do meio ambiente, para se ter uma nova realidade com inclusao social e respeito ao ser humano e ao meio em que esta inserido. De qualquer forma, nao podemos esquecer que os livros didaticos constituem um recurso de fundamental importância, podendo ate ser o unico material de apoio didatico no ensino basico (4). Considerando-se a importância de avaliar espacos de ensino naoformal e o fato de o livro didatico ser o principal material de apoio disponivel nas escolas, procuramos analisar dois centros de ciencias – Jardim Botânico e o Jardim Zoologico do Rio de Janeiro – que oferecem aulas nao-formais, buscando avaliar como seus conteudos sao a b o rdados nos livros didaticos. O Museu Nacional do Rio de Janeiro, tambem analisado, oferece um espaco multidisciplinar que pode ser aproveitado por todos os segmentos do ensino basico. Este artigo descre ve bre vemente como ocorrem as visitas escolare s nesses tres locais e tece um paralelo ao conteudo programatico encontrado em livros didaticos sugeridos pelo MEC.

Referência(s)