Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Estética e política, memória e esquecimento: novos desafios na era do Mal de Arquivo

2010; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS; Volume: 29; Issue: 2 Linguagem: Português

10.20396/remate.v29i2.8636279

ISSN

2316-5758

Autores

Márcio Seligmann-Silva,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

O texto apresenta a nossa atual “virada memorialista”. Ela é apresentada primeiramente como um dos momentos de maior destaque dentro de um outro movimento que convencionamos chamar de “virada culturalista”. O culturalismo á caracterizado como a um só tempo o esgotamento e a tentativa de superação dos grandes modelos explicativos, teleológicos e ainda comprometidos com o Iluminismo do século XVIII. Neste contexto, o nosso corpo foi revelado como um arquivo. Mas não se trata mais da tripartição aristotélica da nossa alma em memória, fantasia e logos, nem da tripartição freudiana em id, ego, superego. Antes, este trabalho mostra como nosso corpo foi desvelado agora como um arquivo em suas bases materiais e não apenas como metáfora arquival. Além disto e paralelamente a este processo, nossa cultura letrada se transforma em cultura eletrônica-digital. As fronteiras entre o eu-arquivo e o mundo-arquivo, aberto pela era da computação, abalam a identidade do humano. O ensaio apresenta em que medida a amnésia e a hipomnésia não podem ser separadas de nossa hipermnésia. Todo o trabalho pontua o elemento político desta virada memorialista. Nossa cultura arquival e da memória é uma cultura onde grandes conflitos e guerras se articulam em torno da chave de arquivos e de certas interpretações da nossa memória cultural.

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