
DA POBREZA À SÚPLICA, DO DESESPERO AO MEDO: UMA ANÁLISE DAS CANÇÕES “SÚPLICA CEARENSE” E “POBREZA POR POBREZA” DE LUIZ GONZAGA
2014; UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI; Volume: 3; Issue: 1 Linguagem: Português
10.47295/mgren.v3i1.665
ISSN2317-0433
AutoresBrennon Bernardo, Roberto Viana de Oliveira Filho,
Tópico(s)Urban Development and Societal Issues
ResumoO presente trabalho fará uma análise das canções “Pobreza por pobreza” e “Súplica Cearense” visando argumentar o sofrimento das vozes líricas por parte da terra seca, da partida dos conterrâneos, da falta de ação dos órgãos públicos, da negligência divina e da fome. Ainda assim as vozes líricas permanecem no sertão por acreditar que suas condições sociais não mudarão em outro lugar e por acreditarem, também, que não conseguirão fazer uma viagem tão longa, para o Sul. O mais interessante é que o padecer na terra seca cria nas vozes líricas a consciência de que “com ele [o sertão] eu [a voz lírica] vou secar”. Isso é fundamental para o significado do local, pois este não é um espaço qualquer para as vozes líricas, mas o local em que gerações suas, anteriores e muito possivelmente posteriores, estiveram e estarão nas mesmas condições em que elas se encontram. Um lugar com uma cultura enraizada e vinculada a princípios morais que socialmente criam punições para os que não se adéquam ao que é determinado. Em suma, por questões discursivas, temos duas vozes líricas: uma com pouquíssimo grau de estudo (Súplica Cearense) e outra (Pobreza por pobreza) com um conhecimento, normativo, um pouco mais avançado que a primeira. Essa diferenciação é importante porque, na primeira voz, o sertanejo sem conhecimento recorre a um ser superior para tentar entender e/ou melhorar sua atual situação. Já na segunda voz, esta firma suas certezas e aceita seu destino sem cobrar, ou até mesmo fazer menção, a um ser superior. DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v3i1.665
Referência(s)