Análise temática da produção científica em Comunicação no Brasil baseada em um sistema classificatório facetado
2005; Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Ciência da Informação; Volume: 10; Issue: 2 Linguagem: Português
ISSN
1981-5344
Autores Tópico(s)Education and Digital Technologies
ResumoObjetiva-se a construcao de um sistema classificatorio facetado para o mapeamento quantitativo tematico da producao cientifica da area de Comunicacao. Para tanto, sao discutidas, inicialmente, as questoes teoricas gerais: a ciencia e as tentativas de classificacao do conhecimento cientifico; aspectos da Teoria da classificacao e, dentro dela, da Teoria da classificacao facetada; a Comunicacao como disciplina cientifica. Foram utilizados tres metodos para a construcao do sistema facetado: analise facetada com termos retirados de documentos da area; estudo de obras e classificacoes de referencia gerais e especificos da area; analise de manuais de Teoria da comunicacao. Com isso, passa-se a construcao do sistema, com as definicoes das facetas e dos focos. As facetas definidas sao: modelo de fenomeno comunicativo; abrangencia ou âmbito relacional; meios, suportes, veiculos ou midias; assuntos das mensagens intercambiadas pelos interlocutores; disciplinas cientificas com as quais a Comunicacao faz interface; habilitacoes profissionais. Como forma de teste, aplica-se o sistema a um conjunto de 754 dissertacoes e teses, defendidas entre 1992 e 1996 nos programas de pos-graduacao em Comunicacao existentes no pais, comparando os resultados com dois outros estudos que fazem mapeamentos tematicos utilizando o mesmo corpus, o estudo de Stumpf e Capparelli, publicado em 2000, e o de Peruzzo, publicado em 2002. Os principais resultados encontrados sao: a) O sistema facetado permite a identificacao do percentual de diferentes modelos de Comunicacao e a comparacao entre eles. O foco significacao atinge maior frequencia (38,99%), seguido de efeitos/funcoes (18,29%), cultura (11,37%) e tecnica (9,99%); b) A real dimensao dos estudos sobre comunicacao de massa aparece no sistema, com 60,78%, na medida em que sao confrontados com aqueles que nao sao, como comunicacao institucional (22,31%) e comunicacao comunitaria (12,77%); c) A construcao de uma faceta especifica para os meios permite identificar os dois meios mais estudados, jornal (15,47%) e livro (14,66%) de forma separada dos termos jornalismo e literatura, indicando sua real presenca nos estudos e permitindo comparacao com outros meios. Os tres focos com maior frequencia, a seguir, sao: televisao (13,05%), comunicacao face a face (cuja inclusao foi possivel a partir do sistema facetado, 8,03%) e cinema (5,62%); d) A identificacao dos assuntos externos a Comunicacao mas que constituem assuntos das mensagens presentes nos fenomenos comunicativos permite a comparacao entre termos que guardam o mesmo tipo de relacao com a area de Comunicacao. As maiores frequencias sao: processos e grupos sociais (13,70%), educacao (8,36%), politica (7,40%), artes recreativas e performaticas (incluindo esportes e programacao de radio e TV, 6,03%) e economia (incluindo questoes sindicais, 5,62%); e) O sistema facetado permite ainda que sejam isoladas as frequencias relativas as disciplinas com as quais a Comunicacao faz interface e os valores delas sejam comparados apenas entre si. Os maiores valores encontrados sao: Semiotica (28,46%), Filosofia (11,26%), Psicanalise (10,67%) e Semiologia (8,30%). Os termos deste grupo nao se confundem com os do grupo anterior, pois guardam um tipo de relacao diferente com a Comunicacao; f) Tem-se uma visao geral sobre a incidencia dos trabalhos relativos as habilitacoes profissionais, permitindo que estudos sobre radialismo, cinema e editoracao sejam contabilizados. O foco jornalismo atinge maior valor, 43,68%, seguido de relacoes publicas (15,06%) e publicidade e propaganda (14,46%). Por fim, analisa-se o conjunto de resultados apontando os limites e as possibilidades proporcionadas pela aplicacao de um sistema facetado para o mapeamento tematico quantitativo de uma disciplina cientifica.
Referência(s)