
A co-pertença entre ser e fundamento em Heidegger
2011; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 4; Issue: 1 Linguagem: Português
ISSN
1983-4012
AutoresVictor Hugo de Oliveira Marques,
Tópico(s)Phenomenology and Existential Philosophy
ResumoConsoante Heidegger, a inferencia aristotelica, em certo modo, de por o ser como fundamento, por alguma razao nao pode ser prescindida, pelo contrario, o ser da-se como fundamento. A ideia que passou a representar o ser na qualidade de fundamento, de acordo com Heidegger, foi equivalente a ideia em que os escolasticos representaram Deus. Isto, portanto, assegurou a insercao da nocao religiosa de Deus, objeto essencial da teologia, para dentro da filosofia, resultando na transformacao da metafisica em onto-teo-logia. Para Heidegger, o ser e aquilo que manifesta o ente enquanto ente. A causa sui, assim pensada, nao manifestaria originariamente o fundamento, haja vista que ela se refere ao ente e nao ao ser. O que significa dizer que, o fundamento co-pertencente ao ser nao pode ser determinado em carater ontico, mas deve ser tematizado a partir da diferenca ontologica. Sendo assim, a ideia de fundamento em Heidegger e expressa mediante a compreensao do λόγος de Heraclito, i. e, aquele discurso que unifica o que esta disperso e deixa chegar a linguagem as coisas tais quais elas se mostram na realidade. O fundamento e, neste âmbito, a unidade ontologica do ente enquanto ente. Ha, entao, do ponto de vista heideggeriano, nao apenas uma inferencia de carater metafisico entre ser e fundamento, todavia, uma co-pertenca ontologica, um movimento circular entre ambos, na medida em que, enquanto o ser se da como fundamento, este, por sua vez, e condicao ontologica de sua manifestacao.
Referência(s)