
Entre a favela e o castelo: infância, desigualdades sociais e escolares
2014; Volume: 25; Issue: 1 Linguagem: Português
10.11606/issn.2595-2536.v25i1p59-82
ISSN2595-2536
AutoresDeise Arenhart, Maurício Roberto da Silva,
Tópico(s)Education Pedagogy and Practices
ResumoEste texto se circunscreve na esteira das reflexões sobre as possíveis articulações entre a problemática das desigualdades sociais e as desigualdades escolares. Busca-se aqui colocar a infância no epicentro desse debate, pondo em cena as categorias analíticas que constroem a infância e a condição de desigualdade a ela associada: geração (diversidade) e classe (desigualdade social). Neste sentido, o texto, tendo como lócus uma escola de classe média (Castelo) e outra da classe empobrecida (Favela), tem como desafio, de um lado, debater, de forma articulada, os aspectos geracionais, tais como as questões de alteridade no âmbito das relações criança-adulto e, de outro lado, determinações de classe social que, por sua vez, terminam por estreitar as relações entre desigualdades sociais e escolares. As conclusões provisórias apontam para o fato de que a condição de desigualdade social também se reproduz na escola, por fatores estruturalmente políticos, econômicos e também pedagógicos. Nas manifestações das crianças, sobretudo as da favela as quais vivem essa dupla condição de desvantagem social (tanto a geracional como a de classe), evidenciamos pistas de como elas procuram driblar a condição do não direito para construir alternativas de fazer viver sua condição infantil no espaço escolar. As crianças reagem às condições de opressão (corpo oprimido) pela expressão de um corpo brincante e portador de resistências e transgressões. O texto conclui reiterando a necessidade de colocar a produção científica a favor de um projeto comprometido com a transformação social, na qual o direito à vida seja de fato para todos e todas e em todas as idades.
Referência(s)