Artigo Acesso aberto Produção Nacional

O monstrum da Arte poética de Horácio

2000; Issue: 4 Linguagem: Português

10.11606/issn.2358-3150.v0i4p191-265

ISSN

2358-3150

Autores

Marcos Martinho dos Santos,

Tópico(s)

Linguistics and Language Studies

Resumo

<p><span>Nos v. 1–40 da </span><span><em>Arte poética</em>, </span><span>Horácio dá dois preceitos: um, relativo à consecução das partes e ao todo da obra; o outro, relativo à clareza das palavras e à elegância da parte; e, nos v. 24–8, aplica-os aos gêneros de discurso, a saber: ao delicado, ao grandioso, ao humilde e, ademais, ao breve. Ora, a julgar por Filodemo de Gádara, aqueles preceitos poderiam comparar-se aos de Neoptólemo de Pário relativos à </span><em>poíesis </em><span>e ao </span><span><em>poíema</em>, </span><span>isto é, ao todo e à parte da obra, ou ainda, à obra longa e à curta. Assim também, aqueles gêneros de discurso poderiam comparar-se aos de um anônimo (Heraclides do Ponto?), que ao modo breve apõe o grave, o leve e o médio. Daí, porém, podem-se situar, de um lado, os v. 1–40 da </span><em>Arte poética </em><span>num debate entre Horácio e os poetas novos, que propugnaram pela obra curta e elegante, isto é, pelo </span><span><em>poíema</em>, </span><span>e não pela </span><span><em>poíesis</em>, </span><span>e pode-se sugerir, de outro lado, a partição da </span><em>Arte poética </em><span>de acordo com os demais preceitos de Neoptólemo, relativos à </span><em>poietiké </em><span>e ao </span><span><em>poietés</em>, </span><span>isto é, à arte e ao artífice.</span></p>

Referência(s)
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