
“MOMENTANEAS” E “HORIZONTAIS”: AS PROSTITUTAS NAS CRÔNICAS DE ARTUR AZEVEDO
2014; UNIVERSIDADE VALE DO RIO VERDE; Volume: 11; Issue: 1 Linguagem: Português
ISSN
1807-8591
Autores Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoEm 1885 Artur Azevedo inaugurou no Diario de Noticias , no Rio de Janeiro, a secao “De palanque”, propondo-se a comentar sobre arte, cultura e assuntos genericos. Num momento em que os “generos alegres” dispunham de grande prestigio entre a populacao fluminense, havendo, portanto, entre os homens de letras um pensamento comum acerca da “degeneracao” da dramaturgia nacional, nas cronicas dessa secao o critico comenta recorrentemente sobre a presenca das prostitutas nos teatros da Corte. Na percepcao do jornalista, as casas de espetaculo, que tradicionalmente funcionavam como espaco de entretimento para as melhores familias da sociedade fluminense, tornavam-se lugares propicios ao “comercio do prazer”. Assim, alem da “decadencia” na arte dramatica, havia uma decadencia moral, que encontrava nas putas suas principais agentes. Importa considerar ainda que o descontentamento de Artur relativamente as mulheres de “beijo facil” estendia-se tambem a presenca delas em outros espacos de convivio social. Levando-se em consideracao o contexto em que vivia o cronista – um periodo fortemente marcado pela preocupacao e necessidade de controle do meretricio – pode-se dizer que em seus textos havia algo de “sanitarista” e, neste sentido, serviam como instrumento de divulgacao das ideias defendidas nas teses da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Referência(s)