
O não saber socrático e a educação: o desafio de aprender a pensar
2013; UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA; Volume: 22; Issue: 39 Linguagem: Português
10.21879/faeeba2358-0194.v22.n39.332
ISSN2358-0194
Autores Tópico(s)Nietzsche, Schopenhauer, and Hegel
ResumoEste artigo analisa o problema do tipo de saber que está em jogo na educação, refletindo sobre o sentido do não saber socrático que se contrapõe ao saber tradicional da pólis e ao novo saber dos sofistas. Considerando a relação entre saber e pensar, a nossa atenção se concentra sobre o diálogo platônico Apologia de Sócrates, onde encontramos a primeira tematização do conflito entre a visão tradicional e a visão filosófica da educação. Para uma correta compreensão desse conflito é necessário entender a nova relação que a filosofia inaugura com a dimensão transcendente da verdade, que se torna decisiva para uma paideia de tipo socrático, a ponto de ser considerada motivo suficiente para a condenação à morte do filósofo. O que torna ameaçadora a atitude de Sócrates em relação à educação é o seu misticismo filosófico monoteísta, que relativizatanto o antropomorfismo das verdades consideradas intocáveis pelos religiosos, como o antropocentrismo absoluto da visão dos sofistas.
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