Artigo Produção Nacional

As identidades e alteridades dos itálicos no Rio de Janeiro: a construção de uma identidade comum italiana

2011; Uniabeu; Volume: 4; Issue: 8 Linguagem: Português

ISSN

2179-5037

Autores

Alexandre Belmonte,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

Parece que o estrangeiro - pelo menos a maior parte deles - carrega consigo uma dimensao fatalista da vida. As moiras do destino parecem estar sempre a sua busca, para puni-los, para dar-lhes a devida medida do seu destino. A biografia do estrangeiro se constroi, portanto, sempre a partir de um acidente, uma ruptura. A cegueira e a compulsao edipianas parecem operar no estrangeiro. A transitoriedade e seu limite, o que significa dizer que, em certa medida, o que caracteriza o estrangeiro e a ausencia de limites. O trânsito parece nunca completar-se: mesmo ao se estabelecer em terra estrangeira e ali prosperar, o ponto de origem e sempre seu parâmetro: um ponto perdido, abandonado, a cada dia esquecido e a cada dia reconquistado em memorias que se transformam, se adulteram, memorias que traem e logram criar fantasias as mais diversas. De que se lembra o estrangeiro de sua terra natal, de sua vida passada? O quanto dessas lembrancas nao foi adulterado pelas representacoes que ele passou a assumir nos lugares para onde emigrou? Conforme o tempo cronologico passa, como se passa dentro do estrangeiro o tempo que o liga ao seu espaco de origem? No caso dos estrangeiros, sentir-se, ainda que parcialmente, deslocado em toda parte pode nao ser uma sensacao agradavel. Mas esse estar deslocado e um espaco aberto a identificacoes. No caso dos nossos italianos, estar do lado de ca do Atlântico foi o que lhes permitiu agregar-se em torno de uma comunidade imaginada, em torno de uma identidade comum italiana, que eles esforcaram-se por construir.

Referência(s)