Artigo Acesso aberto

Elizabeth of Aragon, queen and saint of Portugal: Her medieval tomb as an image extolling holiness

2010; Issue: Vol. 27 Linguagem: Português

10.4000/cultura.356

ISSN

2183-2021

Autores

Joana Ramôa,

Tópico(s)

Medieval and Early Modern Iberia

Resumo

Dona Isabel, infanta de Aragão (filha de Pedro III) e rainha de Portugal (mulher de Dom Dinis), nasceu, segundo a tradição, no ano de 1271 e foi santificada pelo papa Urbano VIII a 25 de Maio de 1625. Pelo caminho, deixou o testemunho material de uma vida dedicada às boas obras, na figura de clarissa de que fez dotar o seu moimento, marcando, com grande significado, uma intenção bem determinada de deixar de si a memória de uma fiel devota. Acompanhando de muito perto a feitura do seu lugar último (realizado provavelmente cerca de 1330, portanto ainda em vida da rainha, falecida em 1336), Dona Isabel de Aragão revelou-se promotora de uma iconografia de marcada originalidade, quer porque, no seu modelado considerado típico de Mestre Pêro, lhe coube inaugurar uma nova fase na escultura tumular coimbrã, quer pelo carácter ostensivamente religioso da sua representação, conseguido inclusivamente pela adopção de caracteres iconográficos de considerável inovação. Aos atributos, apesar de tudo, mais divulgados do Livro de Horas, dos anjos e do baldaquino (conformador também de um certo sentido de sagrado), o jacente de Dona Isabel acrescenta o hábito de clarissa (numa proposta verdadeiramente original, embora repetida noutros jacentes posteriormente), a esmoleira à cintura com a concha de Santiago e o bordão de peregrina, identificadores das virtudes cristãs da caridade e da peregrinatio – todos estes elementos articulando-se com outros de uma representação tipificada da nobreza feminina trecentista (a realeza simbolizando-se apenas pelo uso da coroa) para dar à imagem última de Isabel de Aragão o sentido pleno de uma rainha de santidade.

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