Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Samuel da Rocha: escravo, aparentado, forro, carpinteiro e senhor (Porto Feliz, São Paulo, século XIX)

2010; Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da Educação (ASPHE); Volume: 17; Issue: 31 Linguagem: Português

10.22456/1983-201x.18937

ISSN

1983-201X

Autores

Roberto Guedes,

Tópico(s)

Colonialism, slavery, and trade

Resumo

Abrangendo a cidade de Porto Feliz do século XIX, o trabalho analisa fragmentos da trajetória de vida do carpinteiro crioulo Samuel da Rocha, que passou mais de 25 anos em cativeiro. Mudou de senhor, ganhou a alforria e senhoreou um escravo, a quem também deu liberdade. Sem filhos, ele também foi filho, irmão, compadre, padrinho, esposo, isto é, envolvia-se em uma complexa rede parental, aspecto crucial para sua inserção social. Em testamento, deixou legados às irmandadesde São Benedito e Nossa Senhora da Boa Morte, à Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, etc. Portanto, demonstra-se que nem sempre as clivagens entre escravidão e liberdade e a abordagem das devoções religiosas congeladas pela cor ou status jurídico contemplam as experiências sociais de indivíduos e grupos. Desse modo, analisar uma trajetória de vida propicia a percepção da fluidez das identidades sociais de indivíduos. Outrossim, abordar a amplitude das relações sociais do carpinteiro ajuda a compreender os mecanismos de exploração do trabalho, nos quais Samuel da Rocha atuou nas duas partes.

Referência(s)