Artigo Produção Nacional

GEOLOGIA E GÊNESE DAS MINERALIZAÇÕES ASSOCIADAS AO MACIÇO ITAOCA, VALE DO RIBEIRA, SP e PR

1998; Sociedade Brasileira de Geologia; Volume: 28; Issue: 3 Linguagem: Português

10.5327/rbg.v28i3.629

ISSN

2317-4889

Autores

Ivan Sérgio de Cavalcanti Mello, Jorge Silva Bettencourt,

Tópico(s)

Geochemistry and Elemental Analysis

Resumo

O macico granitoide Itaoca possui area superior a 200 km2 e integra os terrenos pre-cambrianos do Cinturao Ribeira que afloram no sul-sudeste de Sao Paulo e nordeste do Parana (Vale do Ribeira), como parte das faixas de dobramento do Sudeste do Brasil. As encaixantes do batolito sao rochas metassedimentares doJSubgrupo Lajeado (parcialmente equivalente ao Grupo Acungui), cuja estratigrafia e revisada, e parcialmente correlacionada com a Formacao Agua Clara, considerada basal a unidade Lajeado. Foram reconhecidas e mapeadas no macico, intrusivo e circunscrito, facies e associacoes de facies granitoides calcioalcalinas monzoniticas de alto potassio, a magnetita, do tipo I. A natureza do batolito e de suas encaixantes, a relacao de contato das igneas com rochas metassedimentares, a distribuicao das facies intrusivas no macico e os parâmetros fisico-quimicos de formacao dos depositos minerais da area permitem considera-lo posicionado entre a epizona e mesozona crustais, entre 6 a 7 km de profundidade, e formado por varias injecoes cogeneticas, por balloning, a partir de magma precursor gerado na base da crosta. A sistematica Rb/Sr, aplicada em rochas totais, atribui ao batolito Itaoca idade isocronica de 626 Ma. Dentro da evolucao geologica do Vale do Ribeira, o macico pode ser considerado tardio ao desenvolvimento de arco magmatico do tipo andino, e sin a tardi-tectonico em relacao a episodio de deformacao da bacia Acungui, no final do Neoproterozoico (Brasiliano). No batolito ha ocorrencias minerais diversas, dentre as quais se destacam as de wollastonita (CaSiOs) e scheelita-powellita [Ca(W,Mo)O4], em escarnitos formados por metamorfismo termico de contato da intrusao sobre marmores de pendentes do teto, no centro do batolito. A wollastonita foi gerada por processos de descarbonatacao das matrizes marmoreas dos escarnitos, durante o metamorfismo de contato. Quanto aos depositos metalicos, os corpos mineralizados do macico Itaoca sao representantes classicos dos W-Mo-Cu escarnitos de contato presentes em diversas partes do mundo. Estes corpos e as mineralizacoes associadas formaram-se em estagios metassomaticos e hidrotermais, a partir dos 600 °C e pressao em torno de 2 kbar. A mineralizacao de wollastonita e scheelita-powellita se superpoem sulfetos diversos (pirita, pirrotita, arsenopirita, molibdenita, esfalerita, calcopirita, bornita), minerais supergenos de cobre (malaquita e azurita), e ouro, gerados em temperaturas sucessivamente mais baixas. A partir da linhagem granitoide do Itaoca, a tipologia dos depositos e as assinaturas isotopicas de estroncio, carbono e oxigenio dos escarnitos, sugere-se uma origem magmatica para o conteudo metalico do estagio metassomatico destes corpos. Com base em correlacoes entre as matrizes marmoreas dos escarnitos e os litotipos associados dos pendentes do teto do batolito Itaoca, as rochas metassedimentares da borda do macico e as unidades rochosas regionais, formula-se modelo para a geracao de escarnitos de contato no Vale do Ribeira, que seriam corpos stratabound, associados aos horizontes de marmore da Formacao Agua Clara, basal ao Subgrupo Lajeado, enquanto que os principais conteudos metalicos desses corpos metassomaticos estariam subordinados a natureza das intrusivas granitoides envolvidas na formacao dos escarnitos.

Referência(s)
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