Outcome after pediatric intensive care unit discharge
2012; Elsevier BV; Volume: 88; Issue: 1 Linguagem: Português
10.2223/jped.2165
ISSN1678-4782
Autores Tópico(s)Sepsis Diagnosis and Treatment
ResumoA avaliacao do desfecho de criancas tratadas em unidades de terapia intensiva (UTIs) vem se modificando consideravelmente nos ultimos 25 anos. O aumento na disponibilidade e na capacidade dos sistemas mecânicos e artificiais de suporte de orgaos e as consequentes baixas taxas de mortalidade na maioria das unidades de terapia intensiva pediatricas (UTIPs) indicam que a sobrevida apos a internacao na UTI nao e mais o unico desfecho de interesse. Assim, o desfecho funcional e a qualidade de vida estao adquirindo cada vez mais importância. A capacidade fisica e intelectual de uma crianca para realizar tarefas e ser um individuo com independencia funcional (desfecho funcional) e diferente da qualidade de vida relacionada a saude (QVRS), que avalia o bem-estar e a saude social e emocional do individuo, e tambem a mobilidade e outros indicadores de capacidade funcional. Qual e o desfecho de uma crianca apos a alta da UTIP? Essa parece ser uma pergunta muito simples; no entanto, infelizmente, sua resposta e bastante complexa, com muitas questoes delicadas a serem consideradas1. Nesta edicao da revista, Cunha et al.2 examinam a QVRS de criancas sobreviventes a cuidados intensivos. Foram internadas 1.495 criancas durante o periodo de estudo, sendo que 517 com idade superior a 6 anos eram elegiveis para o estudo; entre essas, 320 foram avaliadas na admissao e 252 foram avaliadas novamente, por telefone, 6 meses apos a admissao na UTI. Deficiencia grave esteve presente em 36% das criancas antes da hospitalizacao, com melhora em 60% dos casos apos 6 meses. No total, 21% nao apresentaram alteracao na QVRS, 40% tiveram melhora e 38% agravamento. A mudanca na QVRS dependeu, em parte, do diagnostico, visto que pacientes com problemas cardiorrespiratorios e musculoesqueleticos tenderam a melhorar, enquanto criancas com trauma e sepse/choque agudos tenderam a piorar. Trata-se de um estudo bem delineado, que buscou abordar as questoes complexas associadas a avaliacao do desfecho e apresentou uma analise interessante e detalhada. Os autores utilizaram um instrumento canadense de avaliacao do desfecho reconhecido e padronizado e avaliaram o estado pre-UTI, que e um dos principais fatores que influenciam o desfecho de um paciente. Eles fizeram varias tentativas (ate cinco) de contatar as familias e obtiveram uma boa taxa de sucesso de 79%. O periodo de seguimento foi de 6 meses, um curto intervalo de tempo apos a UTI, no qual a recuperacao neurologica pode nao ter sido completa; no entanto, o desfecho e relevante para protocolos de tratamento e para a atuacao dos hospitais e do sistema de saude. Um dos achados fundamentais (semelhante ao de outros estudos) e que ha muita variacao entre os pacientes; portanto, esse tipo de informacao e util para o planejamento de recursos e para a avaliacao de programas de saude e nao para o prognostico de pacientes individuais.
Referência(s)