
Januário
2014; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS; Volume: 23; Issue: 2 Linguagem: Português
10.17851/2358-9787.23.2.101-118
ISSN2358-9787
Autores Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoA partir do episódio da morte em efígie da personagem Januário, de Os sinos da agonia (1974), romance de Autran Dourado ambientado nas Minas Gerais do século XVIII, o presente trabalho discute aspectos relacionados ao duplo, adotando principalmente as perspectivas de Clément Rosset e de Gilles Deleuze. Problematizando a aproximação mais ou menos evidente entre o rapaz e o deus Jano da mitologia romana, este texto apresenta Januário como um homo sacer, no sentido que Giorgio Agamben dá a essa expressão em livro homônimo. O homo sacer é uma pessoa insacrificável e matável. Sendo assim, torna-se possível afirmar que Januário morre em efígie porque ele é abandonado pela sociedade e a sociedade o abandona para poder matá-lo.
Referência(s)