Guinea-Bissau: the cause of nationalism and the foundation of the PAIGC
2006; ISCTE – Lisbon University Institute; Issue: 9/10 Linguagem: Português
10.4000/cea.1236
ISSN2182-7400
Autores Tópico(s)African Studies and Ethnography
ResumoNo pós-guerra, uma linha reformista liderada pelo Governador Sarmento Rodrigues tentou fazer da Guiné uma «colónia-modelo», assente na autonomia administrativa, no desenvolvimento económico-social e na aliança com os indígenas muçulmanos. Foi um período de consolidação do aparelho colonial e de coesão social. No início dos anos cinquenta o Governo português começou a prevenir-se contra a descolonização, revogando o Acto Colonial, instalando a polícia política e investigando os movimentos associativos. Na Guiné, revelaram-se as primeiras perspectivas de independência política, mas a subversão não veio do exterior nem foi desencadeada por associações influenciadas pelo Islão; começou em Bissau, liderada por uma elite política urbana e crioula, enquanto, na Europa, se tentava um movimento unitário de libertação das colónias portuguesas. Em 1959, dois acontecimentos históricos vão levar à passagem da agitação nacionalista para uma luta de libertação nacional. Por um lado, o «massacre do Pindjiguiti», de que se faz aqui uma investigação sistemática, assente em documentos e depoimentos inéditos ou pouco divulgados; por outro, a reunião alargada de 19 de Setembro, «a mais decisiva» (Amílcar Cabral) da história do PAIGC. Considerando a formação do movimento de libertação nacional como um processo, vê-se, por fim, como só em 1960, após a II Conferência Pan-Africana, de Tunes, e a «Conferência de Quadros das Organizações Nacionalistas», de Dacar, se pode considerar concluída a fundação do PAIGC.
Referência(s)