Migração para Portugal de jogadores de futebol africanos: recurso colonial e neocolonial

2006; Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa; Volume: 41; Issue: 179 Linguagem: Português

ISSN

2182-2999

Autores

Paul Darby,

Tópico(s)

Physical Education and Sports Studies

Resumo

INTRODUCAO O futebol europeu de primeira linha tem assistido desde os inicios da decada de 1990 a um enorme influxo de jogadores africanos. Esta diaspora futebolistica africana tem enriquecido as ligas profissionais de toda a Europa e entusiasmado o publico do futebol e, no processo, os jogadores africanos contratados pelos clubes de elite tem auferido salarios com os quais so poderiam sonhar caso tivessem permanecido em Africa. Neste sentido, a migracao de jogadores africanos para a Europa pode ser entendida como um beneficio para os clubes e ligas que os recebem, bem como para os proprios jogadores migrantes. Contudo, nos anos mais recentes, um crescente lobby constituido por figuras influentes do futebol mundial, activistas dos direitos humanos e uma parte da imprensa liberal europeia tem interpretado este processo como uma forma de exploracao neocolonial do mundo em vias de desenvolvimento pelo mundo desenvolvido. Por exemplo, em Dezembro de 2003, Sepp Blatter, presidente da organizacao que regulamenta o futebol a nivel mundial, a FIFA, lancou um contundente ataque contra os clubes europeus que mais beneficios retiravam do comercio de jogadores africanos. Blatter descreveu o papel destes clubes no incentivo ao exodo dos jogadores africanos como «pouco saudavel, se nao mesmo desprezivel», sugerindo que

Referência(s)