Artigo Acesso aberto

A CARNAVALIZAÇÃO DA BARBÁRIE: UMA ANÁLISE DA ENDÊMICA “GUERRA CIVIL” NO RIO DE JANEIRO

1969; Issue: 6 Linguagem: Português

10.36311/1983-2192.2010.v0n6.1125

ISSN

1983-2192

Autores

Wellington Fontes Menezes,

Tópico(s)

Urban and sociocultural dynamics

Resumo

O fracasso das políticas públicas permitiu um aumento vertiginoso do número de habitações precárias e marginalização dos moradores destas regiões ampliando o clima de medo, insegurança e instabilidade social. Um terreno fértil para a proliferação da violência promovido pelo tráfico de drogas e armas. Analisando o caso particular do Rio de Janeiro, como resultado da ineficiência da chamada “polícia convencional” o Estado fluminense criou o BOPE, uma tropa de elite das polícias, como alternativa do monopólio estatal da violência para combater o narcotráfico. No cenário de uma verdadeira guerra civil travada nos morros e favelas é possível destacar uma tríade de atores: os traficantes com táticas de guerrilha, as milícias formadas por grupos de policiais passíveis a corrupção e a truculenta ação do BOPE. O embrutecimento da ação policial é ainda apoiado por uma parcela da sociedade civil que defende o autoritarismo como panacéia contra a violência. Uma cadeia de interesses ilícitos move uma economia subterrânea que se nutre de uma modernidade excludente, além de contar com a conivência ou omissão de agentes estatais. A barbárie cotidiana é representada pelo desmantelamento do Poder Publico expondo visceralmente uma profunda crise do Estado impregnada de uma violência endógena na sociedade e a ampliação da exclusão social geratriz de centenas de mortes anuais por armas de fogo que atingem com mais rigor jovens pobres das áreas de risco.

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