
Posse de escravos e estrutura da riqueza no agreste e sertão de Pernambuco: 1777-1887
2003; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 33; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1590/s0101-41612003000200005
ISSN1980-5357
AutoresFlávio Rabelo Versiani, José Raimundo Oliveira Vergolino,
Tópico(s)Urban Development and Societal Issues
ResumoO artigo reporta achados de um programa de pesquisa em andamento sobre as características do escravismo em Pernambuco, com ênfase no século XIX. A partir da evidência de que uma parcela significativa do estoque de escravos da província estava localizada, no período, fora de sua área açucareira - ou seja, no Agreste e no Sertão - investigam-se as características de tais escravos, a partir de dados de inventários post mortem. Verifica-se que os escravos no Agreste e Sertão (i) em geral pertenciam a pequenos plantéis; (ii) tinham o perfil demográfico esperado de cativos comprados para utilização produtiva; (iii) constituíam proporção preponderante dos ativos inventariados, em valor, mesmo depois do significativo aumento nos preços de escravos, na segunda metade do século. Esses achados contrariam a idéia, comumente expressa na literatura, de que algodão e gado, as atividades produtivas típicas do Agreste e Sertão, não pudessem ser explorados com uso de trabalho escravo, e reforçam evidências de outros autores sobre a importância da escravidão de pequenos plantéis, no Brasil.
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