
Hemovigilância: verificação final da qualidade da transfusão?
2008; Elsevier BV; Volume: 30; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s1516-84842008000300001
ISSN1806-0870
AutoresAnna Bárbara FC Proietti, Júnia Guimarães Mourão Cioffi,
Tópico(s)T-cell and Retrovirus Studies
ResumoA hemovigilância pode ser definida como um conjunto de procedimentos de verificação da cadeia transfusional 1,2, que objetiva colher e processar informações dos efeitos colaterais ou inesperados resultantes da transfusão de hemocomponentes.Visa à tomada de providências que possibilitem prevenir a ocorrência e/ou a recorrência desses efeitos e pode-se considerá-la como um sistema de controle final da qualidade e segurança transfusional.³No presente número temos um estudo de look-back relacionado aos vírus HTLV-1 e 2, realizado na Fundação Hemominas.Estes estudos revestem-se de grande importância no Brasil, onde a prevalência destes e outros vírus transmissíveis pelo sangue é notoriamente alta na população em geral.Look-back é um procedimento que busca os receptores de transfusão de sangue suspeita de contaminação por agente(s) infeccioso(s) e os notifica sobre os possíveis riscos.Testes laboratoriais são oferecidos para verificar se houve a transmissão da infecção. 4A possível transmissão viral, notadamente do vírus da imunodeficiência humana (HIV), desperta a atenção e preocupa tanto os profissionais envolvidos com o "ciclo do sangue" quanto o público em geral.Considerando-se ainda a possibilidade de infecções emergentes, a monitorização eficiente de possíveis doenças concordantes entre doadores de sangue e receptores constituem um importante componente de um sistema de hemovigilância.³Na investigação de infecções transfusionais, os estudos de look-back assumem considerável importância. 4 Outro componente essencial da hemovigilância é a prevenção dos erros administrativos: de digitação, registro, conferência, etc (clerical errors).Estes são surpreendentemente mais comuns que as transmissões virais, sendo freqüentemente omitidos pelos serviços, não aparecendo nas estatísticas.Estes erros, que podem levar, por exemplo, à troca de sangue por vezes com incompatibilidade ABO grave ou fatal, praticamente não são reportados.No Brasil, isto é demonstrado pelo baixo número de comunicações feitas à Anvisa pelos hospitais participantes do
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