Artigo Acesso aberto

Sarmento Rodrigues, a Guiné e o luso-tropicalismo

2008; Issue: Vol. 25 Linguagem: Português

10.4000/cultura.586

ISSN

2183-2021

Autores

António E. Duarte Silva,

Tópico(s)

Historical Education and Society

Resumo

No pós-guerra, Marcello Caetano, Ministro das Colónias, e Sarmento Rodrigues, Governador da Guiné, ensaiaram uma nova política colonial que visava a expansão da administração colonial, a associação dos “assimilados” à governação e o desenvolvimento económico social. Ter--se-á, então, formado uma nova escola da política colonial. A viragem jurídico-política concretizou-se na revogação do Acto Colonial, com a revisão constitucional de 1951. No plano ideológico, Sarmento Rodrigues, então Ministro do Ultramar, privilegiou o luso-tropicalismo, mas a viagem de Gilberto Freyre pela Guiné Portuguesa não favoreceu a «procura das constantes portuguesas de carácter e acção». No fim dos anos cinquenta, a crítica do luso-tropicalismo foi um momento da autonomização cultural e afirmação internacional dos movimentos de libertação das colónias portuguesas. No início dos anos sessenta, a perda de influência do luso-tropicalismo foi uma das consequências do fracasso da tentativa de revisão ensaiada aquando do último plenário do Conselho Ultramarino. Porém, a questão da forma política de relacionamento entre Portugal e as colónias manteve-se, como questão do regime, até ao reconhecimento do direito à autodeterminação e independência realizado pela Lei n.º 7/74, de 27 de Julho.

Referência(s)
Altmetric
PlumX