
Sociologia da saúde e da doença: novos desafios
2009; Fundação Oswaldo Cruz, Casa de Oswaldo Cruz; Volume: 16; Issue: 4 Linguagem: Português
10.1590/s0104-59702009000400018
ISSN1678-4758
Autores Tópico(s)Global Public Health Policies and Epidemiology
ResumoAo comemorar trinta anos de atividades ininterruptas, a revista Sociology of Health and Illness publicou dois artigos que, embora se refiram aos Estados Unidos e Reino Unido, apresentam importantes reflexoes sobre o campo da sociologia da saude que nao se limitam aos paises de lingua inglesa. Ambos abordam os desafios atuais tanto para orientar os futuros passos da area como para evidenciar a situacao do campo em termos de suas principais publicacoes. No primeiro artigo, “Towards a sociology of disease”, os autores defendem a constituicao de uma sociologia da saude, da enfermidade (illness) e da doenca (disease). Retomam, no inicio do trabalho, as origens da sociologia medica com Parsons e seu emblematico estudo sobre a relacao medico/paciente e sobre a enfermidade concebida como uma forma de desvio social e funcional para o individuo e a sociedade. Lembram os autores que Parsons, “contrastando com a exagerada visao de que a medicina fosse mero assunto biologico”, distinguiu “uma clara dimensao social ou psicossocial que permeia cada aspecto da manutencao da saude e esta aberta para a analise social”. Ressaltam que, apesar de ter lutado contra o reducionismo psicologico e biologico, Parsons considerou “um lugar para traduzir a patologia biologica em processo ‘psicogenico’”. Timmermans e Haas mostram que, embora criticado pelo carater funcionalista de suas observacoes, “ele estabeleceu o nicho conceitual dos aspectos sociais da medicina e da saude” (p.660). Situam, com propriedade, que desde os anos 50 havia era nitida a ideia de que, para a construcao do campo da sociologia medica, havia necessidade de “minimizar o mundo da fisologia e da patologia”. Registram que nos primeiros livros-textos de sociologia medica, como o de Freeman, Levine e Reeder (1950), os autores tomam posicao contra a sociologia medica vista como disciplina aplicada, “especialmente uma ciencia social subserviente a clinica medica”. Os autores apontam que, com o passar do tempo, a sociologia medica transformou-se em sociologia da saude e da doenca, momento em que os cientistas sociais “consideraram a medicina demasiadamente restritiva como indicador do interesse sociologico no campo Timmermans, Stefan; Haas, Steven. Towards a sociology of disease. Sociology of Health and Illness, Henley on Thames, vol.30, no.5, 2008, p.659-676.
Referência(s)