Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

As linguagens da tradição no Benim: poder e religião

2009; Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da Educação (ASPHE); Volume: 16; Issue: 30 Linguagem: Português

10.22456/1983-201x.18933

ISSN

1983-201X

Autores

Sheila Conceição Silva Lima, Solange Passy Fonseca,

Tópico(s)

Multiculturalism, Politics, Migration, Gender

Resumo

Este artigo diz respeito às origens de Benim, reino tradicional de África, habitado pelo povo Edo, localizado a oeste do Niger, que tem como principal característica a apropriação da religiosidade e de sua mitologia, base de sua religião tradicional, que fundamentou a construção e o desenvolvimento social e político do reino. O reino de Benim está ligado à Ifé por seu fundador e lendário Oranyan, filho de Oduduwa que, posteriormente, seria o rei de Oyó. A tradição fala também de uma primeira dinastia em que doze reis foram soberanos no século XII. Na primeira metade do século XIII, é Eweka que institui o colégio eleitoral de sete membros e Ewedo seu sucessor, que consolida o reino de Benim através da herança da coroa de Oranyan, ou seja, da dinastia dos reis estrangeiros, como garante o tamborete do ogiso. Este simbolizava toda a autoridade confiada ao guardião da ancestralidade e dos cultos tradicionais que davam sustentabilidade ao dignatário real, na condução do poder. Poder esse de um matiz segmentário tecido e costurado pela religiosidade. A constituição desse espaço imaginário garante a perpetuação do passado nas concepções do presente e inaugura o futuro, estabelecendo o poder e a resistência de um povo, o qual tem a esfera do sagrado como norteador e organizador da esfera do temporal e resguarda aos reis iniciados a manutenção de suas hierarquias e tradições.

Referência(s)