Artigo Acesso aberto Revisado por pares

O ofício de barbeiro em Icoaraci (PA), diálogos com seu Jorge

2007; Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da Educação (ASPHE); Volume: 8; Issue: 17 Linguagem: Português

10.22456/1984-1191.9260

ISSN

1984-1191

Autores

Flávio Leonel Abreu da Silveira, Pedro Paulo de Miranda A. Soares,

Tópico(s)

Urban and sociocultural dynamics

Resumo

O distrito de Icoaraci, situado em frente à baía do Guarajá, dista aproximadamente 18 km do centro da capital Belém. Atualmente, possui uma população de cerca de 320.000 habitantes. Chega-se ao local através da Rodovia Augusto Montenegro ou da Rodovia Arthur Bernardes. A Barbearia São Jorge, onde realizamos o trabalho de campo está localizada na chamada 5ª rua, próxima à Avenida Cristóvão Colombo, uma via obrigatória para os ônibus que se dirigem ao centro de Belém. Sendo assim, o estabelecimento situa-se em uma área relativamente central do distrito. Ao chegar à 5ª rua pela Av. Cristóvão Colombo é preciso dar apenas alguns passos para encontrar a barbearia, locus da pesquisa em questão4, de propriedade do senhor Jorge Nazareno da Mata. Trata-se de um prédio pequeno de alvenaria, erguido em frente à casa na qual seu Jorge mora com a família, sendo que logo ao lado, situa-se a morada na qual sua irmã, Dona Maria, vive com sua família. Portanto, o local de trabalho de seu Jorge é um ambiente bastante familiar. O estabelecimento está localizado no bairro do Cruzeiro, onde durante todo o segundo semestre do ano de 2006 foram realizadas visitas semanais, tanto para conversar com seu Jorge e seus clientes na barbearia, como para visitar parentes e amigos do barbeiro que se dispunham a colaborar com o trabalho. O artigo em questão busca registrar e compreender as “artes de fazer”, para usarmos uma expressão cara a De Certeau (1994), de um barbeiro que atua há mais de cinqüenta anos no distrito de Icoaraci, Belém. Nestes termos, partimos do princípio de que a profissão de barbeiro é um ofício bastante tradicional no espaço urbano belemense, defrontando-se, todavia, com a possível tendência de desaparecer diante da concorrência dos modernos salões de beleza e a emergência dos chamados hair designers. No entanto, a figura do barbeiro, para além de tal dilema exposto acima, persiste no cenário urbano icoaraciense, constituindo-se num interessante objeto de pesquisa no que tange às “artes de fazer” relacionadas às práticas profissionais associadas às formas de sociabilidade (Simmel, 1983) presentes cidade de Belém. Além disso, é preciso considerar não apenas o barbeiro em sua labuta, mas a sua inserção no bairro, assim como a presença da barbearia e suas relações com o universo dos moradores de um bairro de Icoaraci.

Referência(s)
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