Artigo Acesso aberto Revisado por pares

O ANTICRISTIANISMO NO BRASIL

1970; FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE; Issue: 01 Linguagem: Português

10.32748/revec.v0i01.3650

ISSN

2446-7189

Autores

Rogério Luiz de Souza, Edison Fabrício,

Tópico(s)

Religion and Society in Latin America

Resumo

O objetivo deste trabalho é analisar as manifestações e práticas de anticristianismo na História do Brasil. O ponto de partida da reflexão é a observação do impacto e da influência da religião cristã na história do país. Sendo o cristianismo católico a religião oficial por quase quatro séculos, o anticristianismo se manifestou de diversas formas e em diversas circunstâncias como “a arte do fraco” (expressão de Michel de Certeau). O cristianismo, como religião hegemônica, encontrou resistência e hostilidade em diversos grupos sociais do Brasil colonial, desde os povos nativos até os negros que vinham escravizados da África e os cristãos-novos forçados à conversão e à imigração ao Brasil. Como prática não arquitetada e difusa, o anticristianismo assumiu uma forma silenciosa e subterrânea em consumidores da literatura ilustrada no século XVIII, Fossem eles conspiradores políticos que queriam o fim da monarquia nas diversas conjurações ou mesmo membros da elite política e econômica que estudavam em Coimbra. Assim, o anticristianismo atravessou o século XIX e chegou ao XX como um movimento de “descristianização interior”, em grande medida alimentado pelas forças secularizantes oriundas de filosofias como o positivismo, o anarquismo, socialismo e modernismo. Movimento fugidio, o anticristianismo só poderá ser compreendido em conjunto com o processo de secularização e laicização em curso.

Referência(s)