Artigo Produção Nacional Revisado por pares

O deputado baiano (Flagrantes da estereotipia de alteridades na chanchada e na mpb)

2014; UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA; Volume: 1; Issue: 3 Linguagem: Português

10.19174/esf.v1i3.4606

ISSN

2446-6190

Autores

Júlio César Lobo,

Tópico(s)

Urban and sociocultural dynamics

Resumo

RESUMO. O objetivo desse texto e analisar representacoes estereotipadas do parlamentar nordestino na comedia cinematografica carioca e na musica popular, vinculando essas imagens com matrizes provenientes da Historia Politica, da Historia literaria e da cultura de massa brasileira em geral. A nossa argumentacao principal busca se articular na area de interseccao das Ciencias Sociais Aplicadas, mais especificamente nas interfaces entre a Psicologia Social dos Estereotipos e os Estudos Culturais. O corpus basico e constituido por cenas e dialogos dos filmes Vamos com calma (1955), Titio nao e sopa (1959), Sai dessa, recruta! (1961) e Virou bagunca (idem). Entre os anos de 1946 e 1961, floresceu a comedia musicada carioca, a chanchada. Uma das suas marcas eram os tipos: o vagabundo chapliniano (Oscarito), o baianinho malandro ou Don Juan tropical (Ze Trindade), a megera (Violeta Ferraz e Suzy Kirby), a solteirona (Zeze Macedo), a paraiba (Violeta Ferraz e Sonia Mamede), a mocinha ingenua (Adelaide Chiozzo), a mocinha esperta (Eliana Macedo), a escrachada (Dercy Goncalves), o bandido ardiloso (Jose Lewgoy e Renato Restier), entre outros. Muitos desses tipos eram traducoes audiovisuais daqueles apresentados pelo teatro de revista carioca, os quais, por seu turno, reverberavam tipos populares, consagrados na cronica jornalistica de um Joao do Rio, por exemplo, nas marchinhas carnavalescas e nos programas humoristicos dos anos 1940-1950 das radios Nacional (Rio de Janeiro) e Mayrink Veiga, entre outras. Mas p or que se estudar a representacao de uma identidade cultural regional, o deputado baiano, atraves da analise de estereotipos? Essa pergunta talvez fosse mais funcional para o nosso uso aqui se reformulada da seguinte maneira: para que servem os estereotipos? Entre outras funcoes, os estereotipos contribuem no estudo de descriminacoes, preconceitos e racismos. Com relacao a discriminacao, a caracterizacao estereotipada de um grupo social reflete o nivel de aceitacao ou de rejeicao de um grupo social por um outro. Os estereotipos ainda servem para proteger e sustentar o statu quo , os privilegios e as vantagens do individuo ou do grupo em um determinado momento e sao, em muitos casos, elementos plasticos na marcacao de tracos identitarios, principalmente de minorias. Os Estudos de Cinema mais orientados segundo perspectivas politicas provenientes dos Estudos Culturais tem trazido a analise cinematografica uma atencao especial para os processos de estereotipagem de que o cinema – a midia em geral – se nutre ha mais de um seculo. Nesse sentido, muito resumidamente os Estudos Culturais nos valem no sentido de que eles tem proporcionado abordagens que revelam, entre outras coisas, de que modos “as convencoes e os meios tecnicos disponiveis no interior de um meio particular estruturam as representacoes” e que “os processos culturais estao intimamente vinculados com as relacoes sociais, especialmente com as relacoes e as formacoes de classe, com as divisoes sexuais e com as opressoes de idade” (Johnson,2000). 3. Chanchada e nordestinos. 4. Cinema e politica 5. Estereotipia de nordestinos.

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