Artigo Revisado por pares

O hiato no português: a tese da conspiração

2007; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 42; Issue: 3 Linguagem: Português

ISSN

1984-7726

Autores

Marisandra Costa Rodrigues,

Tópico(s)

Linguistic Studies and Language Acquisition

Resumo

Por que o hiato aparece na forma subjacente e e evitado na forma de superficie? Que forcas estao em conflito? Existe alguma conspiracao para que tal estrutura nao emerja? De que maneira a Teoria da Otimalidade (OT) consegue dar conta dessa questao? Os encontros vocalicos do portugues tem se tornado tema de muita discussao e, apesar disso, ainda existem muitas questoes a serem discutidas como, por exemplo, as acima formuladas. Este trabalho nao so busca esclarecer tais questoes como tambem: a) aprofundar a analise de um dos processos que age contra a realizacao dos hiatos: insercao de glide (passear >> passeio; boa >> boua); e b) mostrar que tanto a insercao de glide como os demais processos envolvidos no desfazimento dos hiatos (crase, absorcao de uma vogal por consoante de mesma natureza e o desenvolvimento de [n]) estao em atividade desde o Portugues Arcaico. Quanto a analise otimalista propriamente dita, as seguintes conclusoes sao apresentadas: 1) a OT e apropriada para a analise proposta, uma vez que, com foco em outputs, consegue abordar de modo mais satisfatorio os varios processos que tem em comum mesmo alvo: o desfazimento do hiato, o que possibilita mostrar que a lingua vem conspirando contra tal estrutura; 2) com o passar do tempo, a produtividade dos hiatos muda e MARCACAO domina FIDELIDADE; 3) no caso da insercao de glide, processo enfatizado neste artigo, os principais restritores atuantes sao: ONSET, DEP-IO, WTS, OCP e HARMONY; 4) a hierarquia proposta para a primeira fase de formacao da lingua e diferente da hierarquia proposta para o portugues brasileiro atual. Palavras-chave – input; output; Teoria da Otimalidade (OT); hiato.

Referência(s)