Artigo Revisado por pares

A GENTE NÃO SE DESPEDE DE MÁRIO BENEDETTI

2010; UNIV. REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES; Volume: 4; Issue: 1 Linguagem: Português

ISSN

1982-5625

Autores

Urda Alice Klueger,

Tópico(s)

Brazilian cultural history and politics

Resumo

Ele ja estava com mais de trinta anos quando eu nasci, mas so fui conhece-lo em idade adulta. Um ser como ele, unico na sua especie, decerto ja andava a espargir o seu po de pirlimpimpim por sobre sangues, lutas e esperancas la na altura em que eu nasci, mas muito tempo passou para eu tomar contato com a sua magia – fui crianca, fui adolescente, fui jovem, tornei-me madura (sera que algum dia a gente, realmente, amadurece?) sem me dar conta que ali, do outro lado da fronteira (fronteiras, pois tambem viveu como exilado. Como alguem com a espantosa grandeza d’alma que ele tinha nao andar exilado em plena Operacao Condor, quando os que nos dirigiam eram titeres formatados por algo nefando como a Escola das Americas?) havia aquele homem que era pura luz, e que como nenhum outro ate entao soube contar e cantar esta nossa America na limpidez lucida e corajosa dos seus versos impares. Mario Benedetti entrou na minha vida atraves de um poema de amor que era cheio de erotismo, e fiquei curiosa com aquele poeta que me chegava do Uruguai (embora os tantos exilios), e tao curiosa fiquei que quis saber mais, e fui mergulhando na sua producao, na sua longa obra de tao longos anos, ate o dia em que me deparei com aquele poema unico dos unicos: Te quiero:

Referência(s)