
Do "acaso" do uso de drogas ao "descaso" dos comportamentos de risco
2009; Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul; Volume: 31; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s0101-81082009000300001
ISSN1806-9398
Autores Tópico(s)Homelessness and Social Issues
ResumoRecentemente, deparei-me com um interessante livro que versava sobre o tema do acaso, intitulado de O andar do bebado (The drunkard’s walk)1. Segundo o autor, o fisico Leonard Mlodinow, essa expressao simboliza a trajetoria de moleculas que fl utuam e colidem aleatoriamente no espaco, correspondendo a uma metafora de como ocorrem os fatos na vida dos seres humanos, desde a escolha da profi ssao, o encontro com o conjuge ate os mais simples acontecimentos do cotidiano. Apesar do termo pejorativo na traducao para o portugues, essa associacao me encorajou a tracar alguns paralelos com estudos recentes publicados em revistas cientificas sobre os aspectos psiquiatricos e neurobiologicos do uso de substâncias psicoativas (SPA) e dos comportamentos de risco (CR) Entre os inumeros eventos aleatorios – mas nao sem motivo – que ocorrem ao longo da vida, o uso de drogas pode ser menos gratifi cante do que inicialmente se imaginava. A exposicao cronica pode acarretar uma serie de consequencias fisicas, psicologicas e sociais, e a intoxicacao aguda aumentar consideravelmente a incidencia dos CR, como ter relacoes sexuais desprotegidas e condutas violentas2. Ao experimentar as SPA, os usuarios frequentemente ignoram ou nao conseguem avaliar as inumeras variaveis que, unidas ao acaso, podem levar um individuo a se colocar em risco ou mesmo a se tornar um dependente quimico.
Referência(s)