
ESTAÇÃO FERROVÁRIA: “LUGAR-DE-MEMÓRIA” DAS CIDADES BRASILEIRAS
2013; departamento de geografia; Volume: 16; Issue: 2 Linguagem: Português
ISSN
1516-9375
Autores Tópico(s)Urban Development and Societal Issues
ResumoAs cidades que se integram (ou se integraram) a rede ferroviaria brasileira experimentaram ao longo do seculo XX, especialmente nas primeiras decadas, francos desenvolvimentos economicos, sociais e culturais. Nesse periodo a ferrovia era o mais moderno meio de transporte terrestre e contribuiu com a insercao do Brasil na nova ordem capitalista mundial de comercio internacional e promoveu parte da integracao nacional, especialmente das regioes Sul e Sudeste. As atividades comerciais – exportacao e mercado interno - dinamizaram-se com o transporte ferroviario e as transformacoes socioeconomicas desejadas para o pais tiveram o seu inicio. Com esta reputacao, que comecou com a chamada “bela epoca brasileira”, o apreco pela ferrovia e a sua simbologia foi se mitificando ao longo da historia e, mesmo com a diminuicao da participacao do transporte ferroviario com relacao ao rodoviario, a notoriedade dos “bons tempos da ferrovia” ficou registrada na midia, na historia oficial, nas lembrancas dos trabalhadores ferroviarios e das pessoas que conviveram com os trens. Consideradas entre os mais significativos simbolos do acervo patrimonial da ferrovia, as estacoes ferroviarias sao lugares que concentram essa memoria social. Sao nos guiches de vendas de passagens e nas gares de embarque das velhas estacoes que as viagens de trens se materializavam. Essa simbologia, a presenca monumental dessas edificacoes na paisagem da cidade e a conjuncao mnemonica que elas propiciam legitimam as estacoes ferroviarias como lugares especiais da sociedade – “lugares-de-memoria” das cidades ferroviarias brasileiras.
Referência(s)