Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Influência da via de parto sobre os resultados perinatais de mulheres que tiveram parto prematuro

2010; Thieme Medical Publishers (Germany); Volume: 32; Issue: 10 Linguagem: Português

10.1590/s0100-72032010001000009

ISSN

1806-9339

Autores

Gilberto Gomes Ribeiro,

Tópico(s)

Maternal and Perinatal Health Interventions

Resumo

Objetivos: avaliar a influencia da via de parto sobre os resultados perinatais, em mulheres que tiveram parto prematuro (PP); avaliar caracteristicas demograficas e obstetricas como determinantes da via de parto. Sujeitos e metodos: estudo transversal, a partir dos prontuarios de mulheres que tiveram PP, acompanhadas no Servico de Medicina Materno-Fetal da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand – Universidade Federal do Ceara. Foram analisadas 195 gestantes e os 195 recem-nascidos (RNs) oriundos dessas gestacoes, unicas, sem complicacoes clinicas maternas, fetais e obstetricas, apresentando idade gestacional (IG) entre 22 e 36 semanas e seis dias e com peso fetal igual ou acima de 500 gramas. As caracteristicas demograficas e obstetricas e os resultados perinatais foram avaliados na populacao geral e em cada grupo (partos vaginal e abdominal), sendo posteriormente comparados entre si. Para a avaliacao estatistica comparativa entre os dois grupos, utilizou-se o teste de Mann-Whitney. O calculo da razao de risco ajustado foi realizado atraves do software SAS versao 9.1.3 e atraves de Regressao Logistica e Multivariada. Todos foram considerados estatisticamente significantes quando p<0.05. Resultados: a maioria das gestantes (81.5%) foi admitida em trabalho de parto prematuro (TPP) ativo espontâneo e 43.1% apresentaram bolsa rota. Agentes tocoliticos e corticosteroides foram usados, respectivamente, em 41.6% e 58.3% das mulheres em prodromo de TPP e a maioria dos partos (74.4%) ocorreu por via vaginal. No momento do parto, a IG media foi 32.6 semanas. Quando os dois grupos foram comparados, o prodromo de TPP, a bolsa rota e a administracao de tocoliticos e corticoides aumentaram, significativamente, o risco de cesarea (RRs 6.10, 1.64, 1.95 e 1.82, respectivamente), enquanto o TPP ativo diminuiu, significativamente, esse risco (RR 0.16, IC 95% - 0.11 a 0.25). O peso medio dos RNs foi 1873g, sendo classificados como adequados para IG em 76.7%. Necessitaram de internamento em UTI 62.1% dos casos, 21% usaram surfactante, 90.8% necessitaram de ventilacao mecânica, 4.6% apresentaram tocotraumatismos e o indice de obito neonatal foi de 8.7%. Quando se compararam os dois grupos, a cesarea aumentou, significativamente, a chance do indice de Apgar ao 5° minuto ser ≥ 7 (RR 1.06, IC 95% - 1.01 a 1.13). Apos regressao logistica de COX, ajustada para fatores que poderiam influenciar nos resultados perinatais, nao foram observadas diferencas estatisticamente significativas entre os dois grupos. Conclusoes: nao foram encontradas diferencas estatisticamente significativas nos resultados perinatais entre RNs de partos vaginal e abdominal de mulheres que tiveram parto prematuro. Quanto as caracteristicas obstetricas, o prodromo de TPP, a bolsa rota e o uso de agentes tocoliticos e corticoides aumentaram, significativamente, o risco de cesarea, enquanto o TPP ativo diminuiu, significativamente, esse risco.

Referência(s)