
Avaliação histológica do grau de osteoartrite em cães com displasia da articulação do coxal
2011; Volume: 9; Issue: 2 Linguagem: Português
ISSN
2596-1306
AutoresV. S. Coelho, José Guilherme Xavier, Tiago Carmagnani Prada, Marcelo Marotta Araújo, Luana Carandina, Nilton Abreu Zanco, A. S. Coutinho,
Tópico(s)Congenital limb and hand anomalies
ResumoA displasia da articulacao do coxal (DCF) implica-se diretamente como uma das doencas mais observadas nessa regiao em caes, principalmente nas racas de grande porte, por apresentarem crescimento rapido. O diagnostico da DCF e fidedigno atraves do exame radiografico com as diferenciacoes do grau pelo indice de Norberg. Esse indice relaciona diretamente o nivel da incongruencia articular, associado a presenca de Osteoartrite (OA) secundaria a DCF. Uma das possibilidades de tratamento empregada e a cirurgia de colocefalectomia, por permitir o retorno do animal a funcao. Essa articulacao e um importante meio de estudo histologico do grau de DCF e, tambem, da OA. O objetivo do estudo foi verificar as alteracoes histologicas na cabeca do femur e, tambem, a macroscopica, quanto ao grau de OA secundario a DCF. No total, foram coletadas 23 amostras, grupo controle (n = 6) normal, e o restante apresentava sinais de OA secundario a DCF (n = 17) de diferentes racas e pesos, provenientes de atos cirurgicos de colocefalectomia. As amostras foram conservadas em solucao de formalina a 10% e processadas pelos metodos histologicos de rotina, com descalcificacao do tecido osseo e, apos seccionadas perpendicularmente em cortes de 4 μm, coradas pela hematoxilina-eosina para analise morfologica. A superficie articular foi avaliada e classificada no ato da cirurgia em normal, fibrilada e fibrilada com exposicao ossea. Quantificamos os condrocitos atraves do metodo estereologico convencional (GUNDERSEN et al., 1988) com um reticulo (area: 62500 μm2) adaptado a um microscopio convencional. Para a avaliacao microscopica do grau da area de lesao articular, utilizamos o escore semiquantitativo, em cinco campos randomizados com a graduacao de 1 a 6, de acordo com a Sociedade Internacional de Pesquisa em Osteoartrite (OARSI). Foi observada no grupo controle uma destruicao articular grau 2 (± 0.5). No grupo com patologia articular, o grau medio foi de 4,39, obtendo um desvio-padrao de 1,33. Observamos que, em relacao a contagem de condrocitos dada em porcentagem do grupo controle, foi obtida uma media de 19,96%. Dos 17 animais com DCF, ocorreu uma diminuicao na quantidade de condrocitos em media de 10,43%. Ja no estudo da quantificacao da area lesionada microscopicamente, em relacao a avaliacao macroscopica, os maiores graus de OA ocorreram nos caes que, na avaliacao macroscopica, apresentaram maior destruicao de cartilagem e exposicao do osso. Em graus acima de 4,5, ja havia exposicao ossea nessa avaliacao, e em grau 2,5, aparencia macroscopica normal. Os resultados da contagem de condrocitos estavam dentro da normalidade para o grupo de animais controle. Para os animais operados com lesoes cronicas, revelou- se diminuida, evidenciando que nao ha mais regeneracao da cartilagem, mas sim um remodelamento osseo com deposicao de matriz ossea substituindo o tecido cartilaginoso. Assim, concluimos que a cartilagem articular com lesoes degenerativas cronicas perde sua capacidade de regeneracao, passando somente a remodelar a superficie perdida com deposito de fibrocartilagem. Em lesoes leves, compreendidas ate o grau 2, a cartilagem e reparada com mais facilidade, devido a intensa producao de condrocitos, na tentativa de reparacao tecidual.
Referência(s)