Eua x Iraque: uma história contada em quadrinhos

2008; Volume: 13; Issue: 4 Linguagem: Português

ISSN

1982-1093

Autores

Alice Rosália Cattelan, João Carlos Cattelan, Keli Cristina Theobald, Mirian Schröder,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

In a very intense way, the world is been worth of the production of images: to be shown turned a crucial activity for the modern society. The images, however, in the anguish of doing to see, they show the mentality of a group and of a time. Being been worth of a group of political cartoons published by the Folha de Sao Paulo, this text want to verify the discourse produced in them and the representation form that build regarding the invasion of Iraq for the USA, using the background Bush’s statement that Saddam would be building destruction weapons in mass. KEY-WORDS: Image. Culture. Mentality. Discourse. 1 Os autores pertencem ao grupo de pesquisa Macula, da Unioeste, cadastrado junto ao CNPq. Endereco: Av. Irio Jacob Welp, 187, Jardim Ana Paula, Marechal Cândido Rondon, Pr., CEP 85.960-000. AKROPOLIS Revista de Ciencias Humanas da UNIPAR 184 Akropolis, Umuarama, v.13, no.4, out./dez., 2005 certo, estar-se-ia criando uma outra “relacao entre o ver e o entender”. O novo homem estaria renunciando a capacidade de entender, bastando-lhe ver. Sartori e como certos politicos: nao se pode votar neles, mas devam ser ouvidos. A tese de que o homem renunciaria ao sentido parece radical, mas nao se deve deixar de buscar compreende-la. Para Barthes (1990, p.166), “O sentido engana o homem: mesmo quando quer criar o nao-sentido ou o sem-sentido, o homem acaba por produzir o proprio sentido do nao-sentido ou do sem-sentido”. Mas Sartori e inquietante, porque, se o homem renuncia a refl exao, abre-se para a subliminaridade presente em imagens, passando a ser porta-voz de valores que em nada o benefi ciam ou ao bem comum. Deve-se levar a serio a tese de que “o video esta transformando o homo sapiens produzido pela cultura escrita em um homo videns” (Sartori, 2001, p.7), buscando saberes que possam penetrar nesses descaminhos, fazendo-os menos hermeticos. Trata-se de perceber, com Certeau (1999, p.48), que “Da televisao ao jornal, da publicidade a todas as epifanias mercadologicas, a nova sociedade canceriza a vista, mede toda a realidade pela sua capacidade de mostrar ou de se mostrar e transforma as comunicacoes em viagens do olhar. E uma epopeia do olhar e da pulsao de ler” e que e necessario fazer-lhe frente, nao para elimina-la, mas para contribuir para que uma sociedade do olhar nao substitua a outra, ou, pelo menos, que possam conviver, sendo um olho conduzido pelo outro: intelectual. Ou que nao se renuncie a este ultimo. Talvez, um exemplo venha a calhar: dada a campanha da selecao brasileira nas eliminatorias de 2002, a Globo tentava se desvencilhar de uma exclusividade que custou milhoes de dolares. Mas, a selecao foi passando de jogo a jogo e a rede explorou como nunca a imagem dos jogadores e do tecnico, levando o programa Casseta e Planeta a satirizar a cobertura com um dos “reporteres” indo entrevistar “o fenomeno” no WC. Talvez a enfase massiva dada a copa e a selecao tenha criado o clima de euforia que se instalou na conquista do penta. Para alem da suposta crenca na selecao, que se afi rmava sempre ter existido, estava a necessidade de fazer a imagem render e poder exorcizar as ameacas de prejuizos. Ha que se perceber que, nesse caso, “o dever de ‘mostrar’ gera, em seguida, o desejo ou a exigencia de ‘mostrar-se’” (Sartori, 2001, p.69). Para o italiano (2001, p.69), a avalanche de imagens que acambarca o homem no cotidiano tem um poder “antropogenetico”, criando “um novo antropos, um outro ser humano”; ela seria uma ‘paideia’, formando um novo homem, caracterizado pela perda da abstracao e pela renuncia a entender as imagens: autonomas. A tese e forte para ser assumida, mas digna de ser ouvida. A sociedade do olho intelectual seria substituida pela do olho sensual? Tratase de ouvir tambem Darnton (1990, p.16): “Reconheco que as vezes me sinto tentado a ve-los (os donos dos meios de comunicacao) como uma nova estirpe de legisladores secretos do mundo, os magicos que mexem os pauzinhos numa epoca em que a propria comunicacao – a venda de mensagens, a escolha presidencial – aparece como o principal componente da vida publica”.

Referência(s)