Artigo Revisado por pares

A RISADA SUBVERSIVA: O JOGO DO PODER EM ENDGAME, DE SAMUEL BECKETT

2010; UNIV. REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES; Volume: 4; Issue: 6 Linguagem: Inglês

ISSN

1982-5625

Autores

Gracia Regina Gonçalves, Thiago Marcel Moyano,

Tópico(s)

Walter Benjamin Studies Compilation

Resumo

Samuel Beckett, autor de Endgame (1958) e Waiting for Godot (1952), tem sido amplamente estudado por diversos criticos das literaturas e das artes no que tange a sua faceta existencialista. Propoe-se, contudo, atraves do presente trabalho, uma analise da peca Endgame (1958), vista enquanto uma expressao “avant la lettre” do movimento pos-moderno, a despeito da crenca de este ultimo constitua um processo de avaliacao estetica alienante, ou seja, totalmente destituido de carater politico. Ao contrario desta afirmativa, Linda Hutcheon (1990) abre caminhos para um olhar critico sobre o movimento, delineando neste uma vertente na qual residiria seu maior potencial, isto e, o tom ambiguo, que se apropria e ao mesmo tempo ridiculariza convencoes estabelecidas invariavelmente em torno do poder. Pretende-se demonstrar aqui, portanto, que a obra de Beckett se pauta por um constante humor, velado pela roupagem academica, que, de principio, explora a linguagem enquanto si mesma, nao enquanto um veiculo para a caracterizacao ora das personagens, ora do cenario, mas antes como elemento constitutivo de um texto que mina representacao no seu cerne, fazendo-a nua e crua, atraves de seu esvaziamento envolto a repeticoes e construcoes desconexas, criando-se um universo de significacao que nunca se fecha, e, intencionalmente, extirpando da pagina qualquer esperanca de conclusao. Como aparato teorico, respondem trabalhos de Linda Hutcheon e John McGowan a respeito da politica do pos-modernismo, bem como alguns estudiosos de Beckett como Hugh Kenner e Paul Lawley. THE SUBVERSIVE LAUGH: THE GAME OF POWER IN SAMUEL BECKETT’S ENDGAME Samuel Beckett, author of Endgame (1958) e Waiting for Godot (1952), has been widely studied by many literary and art scholars concerning his existentialist facet. Nevertheless, we propose, through this paper, the analysis of Endgame (1958), seen as an avant la letter expression of the post-modern movement, when it comes to the belief that the latter constitutes a process of an alienating aesthetic evaluation, i. e, totally dismissed of a political tone. As opposed to this statement, Linda Hutcheon (1990) opens up possibilities for a critical gaze about this movement, outlining a perspective in which its greatest potential lies – the ambiguous tone, which appropriates and mocks established conventions invariably surrounding power. We intend, therefore, to demonstrate that Beckett’s play is created under a constant humor, hidden by an academic touch, that, at first, explores language in itself, not as a vehicle to the characterization of subjects and settings, but as a constitutive element of a text that undermines representation in its centre, exposing it, through its deflation wrapped in disconnected constructions and repetition, building a universe of meanings that are never closed, and, intentionally, eradicates from the page any hope for conclusion. The theoretical apparatus used to defend our ideas were works by Linda Hutcheon and John McGowan concerning Post-modernism, and Beckett’s critics, such as Hugh Kenner and Paul Lawley.

Referência(s)