
SAMU/192 e a abordagem pré-hospitalar do infarto agudo do miocárdio no Brasil: esperança para o paciente ou mais uma oportunidade perdida?
2007; Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC); Volume: 88; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1590/s0066-782x2007000200023
ISSN1678-4170
AutoresAntônio Luiz da Silva Brasileiro,
Tópico(s)Cardiac pacing and defibrillation studies
ResumoCorrespondencia: Luiz da Silva Brasileiro • Av. Ayrton Senna, 2150/212 – bloco H – 22775-000 – Rio de Janeiro, RJ E-mail: abrasileiro@cardiol.br Artigo recebido em 3/01/07 ; aceito em 3/01/07. Introducao A partir da publicacao do estudo realizado pelo Gruppo Italiano per lo Studio della Sopravvivenza nell’Infarto miocardico (GISSI), em 1986 1, os pacientes acometidos por infarto agudo do miocardio (IAM) passaram a contar com uma nova e poderosa arma capaz de aumentar suas chances de sobrevivencia em ate 50%, quando realizada em tempo habil: a trombolise. Desde entao, em todo o mundo, varias estrategias foram criadas com o objetivo de reduzir o tempo decorrido entre o inicio dos sintomas e o tratamento, o chamado delta T. Surgiram “Protocolos de Dor Toracica”, recomendacoes para realizacao da trombolise ja na Emergencia, campanhas publicas de orientacao para a populacao, alem de inumeras reportagens educativas sobre o tema, mas nenhuma delas tinha maior potencial que a “Trombolise Pre-Hospitalar”, ou seja, a trombolise iniciada ainda na ambulância. Uma metaanalise publicada em 20002 confirmava os beneficios dessa estrategia. Entretanto, tres importantes entraves impediam sua disseminacao: 1) impossibilidade de diagnostico confiavel realizado pelas equipes das ambulâncias, geralmente formadas por nao-cardiologistas ou por paramedicos; 2) dificuldades decorrentes da infusao intravenosa da droga em ambiente nao-hospitalar; e 3) conduta indicada para os pacientes com contra-indicacao para trombolise e para aqueles sem resposta ao trombolitico. O primeiro entrave foi superado gracas ao progresso da tecnologia de transmissao digital de dados, hoje corriqueira, permitindo o laudo do eletrocardiograma on line por um cardiologista a distância. O segundo foi resolvido pelo desenvolvimento3 e pela entrada no mercado de novos tromboliticos de administracao em bolo, facilitando o uso da droga no espaco restrito da ambulância. O ultimo entrave foi resolvido pela integracao com centros terciarios regionais de intervencao, capacitados para a realizacao de angioplastia de resgate4.
Referência(s)