
Aprendizagem: processos psicológicos e o contexto social na escola
2005; Universidade de São Francisco; Volume: 10; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/s1413-82712005000100014
ISSN2175-3563
Autores Tópico(s)Education and Digital Technologies
ResumoPara que a escola possa cumprir seu papel de desenvolver ao maximo o aprendizado dos alunos, e necessario conhecer como a aprendizagem se processa, ou seja, de que maneira o aluno aprende, e tambem quais os fenomenos que o influenciam. O livro organizado por Evelyn Boruchovitch e Jose Aloyseo Bzuneck reune nove artigos atuais e concernentes a Psicologia Educacional, que buscam lancar luz sobre diferentes visoes da area. No primeiro capitulo, chamado Aprendizagem por processamento da informacao: uma visao construtivista, Jose Aloyseo Bzuneck expoe a otica construtivista do modelo de processamento de informacao. A nova abordagem concentra-se apenas no funcionamento cognitivo, explicando a atividade mental do aluno individualmente. O autor descreve o fluxo da informacao, explicando os papeis e limitacoes dos tipos de memoria que selecionam a entrada de informacao do ambiente, processam as informacoes, operam e codificam o novo conhecimento associando-o a um ja existente, para entao armazena-lo de maneira organizada e poder recupera-lo posteriormente. Esse esquema e usado para explicar a incapacidade de alguns alunos de focar a atencao, descrevendo estrategias adequadas e inadequadas tanto de professores quanto de alunos no processo de aprendizagem. Evelyn Boruchovitch, no segundo capitulo, A auto-regulacao da aprendizagem e a escolarizacao inicial, reve o conceito de auto-regulacao em diversas abordagens teoricas, inclusive do processamento de informacao, para expor a importância da metacognicao desde a infância e, especialmente no ensino fundamental, para desenvolver estrategias de autocontrole. A autora cita pesquisas que demonstram que atrasos no desenvolvimento metacognitivo estao relacionados a baixo desempenho escolar, sugerindo estrategias motivacionais que promovam o desenvolvimento da auto-regulacao, responsabilizando o aluno pela sua aprendizagem. O terceiro capitulo, A aprendizagem por meio de jogos: uma abordagem cognitivista, escrito por Maria Aparecida Mezzalira Gomes e Evely Boruchovitch, apresenta os beneficios de se utilizarem jogos com alunos, que podem servir tanto para fins de diagnostico e intervencao, quanto para auxiliar a crianca a auto-avaliar seu desempenho e desenvolver a auto-regulacao de seus processos cognitivos e afetivos, o que sera util nao apenas na escola, mas tambem em seu desenvolvimento profissional. Utilizando como referencia a teoria do processamento de informacao, as autoras demonstram que os desafios do jogo sao representativos das exigencias da vida real, portanto, seu uso tem fins de aprendizagem. O quarto capitulo, intitulado A importância da compreensao de leitura para a aprendizagem de universitarios, de Acacia Aparecida Angeli dos Santos e Katya Luciane de Oliveira, apresenta a leitura como importante via de comunicacao entre sujeito e sociedade. Destacando a visao cognitivista no entendimento do processo de aprendizagem, as autoras revisam diversos estudos explicativos das habilidades mentais e sugerem o teste de Cloze como instrumento de avaliacao da compreensao de leitura. Criticam, ainda, a reduzida habilidade de estudantes universitarios em compreender textos cientificos e desenvolver argumentos criticos, resultado da insatisfatoria escolarizacao, destacando a responsabilidade das universidades no processo de formacao profissional. O quinto capitulo foi escrito por Sonia Regina Loureiro e Paula Cristina Medeiros e se chama Criancas com dificuldades de aprendizagem: vulnerabilidade e protecao associadas a auto-eficacia e ao suporte psicopedagogico. As autoras utilizam a abordagem desenvolvimentista para conceituar situacoes de risco no contexto escolar e apresentar a dificuldade de aprendizagem como fator de vulnerabilidade no desenvolvimento infantil. Destaca-se a autopercepcao do aluno em relacao a sua auto-eficacia como determinante do rendimento academico, apontando uma pesquisa cujo resultado incentiva o uso de programas de intervencao psicopedagogica em criancas com baixo desempenho escolar. No sexto capitulo, Necessidade de pertencer: um motivo humano fundamental, Sueli Edi Rufini Guimaraes mostra a escola como um importante ambiente de interacao com outras pessoas, especialmente na adolescencia, quando surgem mais dificuldades ligadas ao social, e apresenta elaboracoes teoricas sobre a necessidade humana de pertencer, levando em consideracao a percepcao da qualidade do vinculo com os outros. A autora apresenta pesquisas que demonstram a importância da figura do professor, e tambem a relacao entre o sentimento de pertencer e melhor qualidade de vida, tanto escolar quanto pessoal e social.
Referência(s)