
Fórum Social Mundial e a Saúde: por uma ética global da vida
2002; Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp); Volume: 6; Issue: 11 Linguagem: Português
10.1590/s1414-32832002000200016
ISSN1807-5762
Autores Tópico(s)Health, Nursing, Elderly Care
ResumoDisputando imaginarios e politicas Construir lugares em que grupos e individuos possam se posicionar sobre seus desejos e intencoes, demarcados pelo terreno das relacoes sociais e implicados com a construcao democratica de projetos e acoes de saude, e um dos principais caminhos que os movimentos sociais deste campo vem apostando como forma de torna-lo profundamente envolvido com a producao de um modo de viver que nao viole a potencia de vida que ha no mundo das coisas, das sociedades e das pessoas. Qualidades que nao podem ser compartilhadas pelas relacoes sociais governadas por mecânicas instrumentais que a tudo transformam em recursos usaveis, como sao as capitalisticas dirigidas. Estas tem sido demarcadas pela antiproducao da vida. Tem matado a cada dia a vitalidade naqueles mundos. Produzir modos de viver coletivos que, ao construirem vida nao gerem destruicao, nao so e possivel como e um desafio a ser fabricado no dia a dia pelos coletivos sociais, que nao querem se submeter aos processos capitalisticos. Hegemonicos, sem duvida. Mas, isto exige lutas sem treguas. Lutas pela possibilidade de ser imaginada. De ser desejada. De ser constituida. Produzida. E isto nao e privilegio de um modo correto e unico de viver, porem, e com certeza mais viavel quanto mais multiplos forem os modos de se inventar o viver, compativeis com as muitas distintas maneiras de se poder criar e recriar os desejos e suas concretizacoes, com a aposta de que a minha vida e a sua vida, a minha liberdade e a sua liberdade, o meu direito e o seu direito. A minha igualdade e a sua igualdade. Na medida em que somos responsaveis pelo que construimos e estamos profundamente implicados com a producao da igualdade como a aceitacao da singularidade do outro, com a defesa intransigente de que todos somos tao iguais, que devemos ser diferentes. Pensando assim, poderemos usufruir da crenca em um futuro distinto do atual e mais rico para todos. Mas, ledo engano de que isto seja tranquilo de ser construido. Sua justeza nao se traduz em facilidades; estas situacoes sao duras de acontecer. Remam contra os processos exploradores da vitalidade das coisas, contra os interesses mesquinhos e de poucos, mas poderosos e dominantes. Contra a forca do mercado. Contra a massacrante massificacao de uma globalizacao capitalistica que a todos se quer como iguais. Exigem a producao permanente de coletivos autonomos, que nao tenham medo de se publicizarem, de se submeterem as tensoes tao necessarias dos encontros nos espacos publicos. Exigem construir um Forum atado a nocao de que um outro futuro, diferente do predominante, e possivel e que isto esta vinculado as distintas maneiras de se criar e participar de processos coletivos de producao de novas subjetividades, implicadas com a defesa intransigente da vida individual e coletiva e a criacao de situacoes interrogadoras para estes coletivos que lhes permitam pensar sobre a realidade vivida, duvidar dela e intervir na busca de novos sentidos para si. Com estes desejos, enormes, e que vejo a ser igual e reconhecer a igualdade do outro
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