Ciência e política na primeira república: origens da psicologia escolar
2004; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Linguagem: Português
ISSN
1809-8894
Autores Tópico(s)Youth, Drugs, and Violence
ResumoTendo como pano de fundo a economia, a politica e a demografia brasileiras entre 1889 e 1930, o texto traz uma analise das politicas de seguranca publica, saude e educacao vigentes nesse periodo da historia brasileira e das concepcoes de homem e de sociedade que lhes deram apoio. Num pais predominantemente agrario, mas que se industrializava, o movimento higienista instalado em instituicoes medicas, escolares e juridico-policiais tiveram como objetivo principal sanear uma raca que as teorias raciais europeias condenavam como inferior e degenerada como condicao para por o pais em conformidade com o lema positivista “ordem e progresso” que estava no cerne do movimento republicano. Embora o aparato de disciplinamento social mais ativo nesse periodo tenha sido a forca bruta da policia, a analise de obras do jurista Evaristo de Moraes, do pediatra Moncorvo Filho, de medicos psiquiatras da Liga Brasileira de Higiene Mental e de educadores que estiveram a frente das reformas de sistemas estaduais de ensino nos anos vinte mostra a presenca pesada ou sutil de preconceito racial e social que alimentava algumas medidas higienicas de natureza protofascista voltadas a dois segmentos da populacao: adultos pobres, que eram impedidos de direitos de cidadania em nome da saude coletiva; criancas das classes populares, alvo de medidas estatais preventivas e remediativas, entre as quais os primeiros procedimentos de higiene fisica e mental escolar, que as colocavam na mira da ciencia e da policia.
Referência(s)