Movimentos sociais na América Latina: da teoria à realidade
2015; Faculdade Católica de Fortaleza; Volume: 4; Issue: 1 Linguagem: Português
ISSN
2238-8052
Autores Tópico(s)Youth, Politics, and Society
ResumoNesse artigo pretendeu-se ressaltar que os estudos relativos ao quadro teorico dos movimentos sociais, na America Latina, desenvolveram-se basicamente nas universidades e em alguns institutos de pesquisas ou ONGs. Durante o Estado Militar havia uma base teorica que consistia mais num guia de orientacao politico-estrategico para as acoes futuras do que num referencial explicativo sobre os movimentos sociais. Na America Latina, as iniciativas teoricas estiveram mais proximas das teorias europeias do que aquelas que se remetiam a epistemologia gerada nos Estados Unidos sobre os movimentos sociais. Assim, para a construcao de um projeto teorico que melhor contribuisse para a analise dos movimentos sociais latino-americanos seria fundamental a consideracao dos seguintes aspectos: a diversidade de movimentos sociais existentes; a hegemonia dos movimentos populares diante de outros tipos de movimentos sociais; os movimentos populares que tiveram destaque e que se tornaram conhecidos internacionalmente; as mudancas na Igreja Catolica, em relacao aos movimentos sociais; as caracteristicas dos movimentos populares como formas de resistencia e os novos movimentos sociais que destacaram a inclusao e nao a integracao social; projetos estrategicos de mudanca da ordem das coisas na realidade social; a inclusao da categoria dos intelectuais para a efetiva compreensao dos movimentos sociais; a questao agraria na America Latina; as estrategicas e taticas adotadas pelos movimentos sociais, segundo as diferentes realidades na America Latina e o trabalho dos movimentos locais em torno da demanda de servicos coletivos territorializados, nao se articulando as redes nacionais ou regionais. Verificou-se as contribuicoes do sociologo frances Lojkine e dos geografos brasileiros Mansano e Silva. Em seguida, foi estudada a realidade dos movimentos sociais latino-americanos, dando particular enfase ao papel do Estado e dos atores politico-institucionais, evidenciando que a sociedade civil foi pouco considerada, caracterizando uma abordagem que se aproximou mais da teoria de Mobilizacao Politica. Nesse periodo, os repertorios utilizados criaram agendas diferenciadas para os movimentos: etnia; suprimento de generos e servicos sociais de primeira necessidade; demandas por terra e moradia; educacao e questoes de genero. Mexico, Peru, Bolivia, Venezuela e Colombia apresentaram movimentos populares e os movimentos sociais brasileiros (1978 a 1989) tiveram como categoria basica a autonomia. Tambem foram debatidos os movimentos sociais e ONGs no Brasil nos finais do seculo XX e inicios do seculo XXI, terminando a analise com o advento dos movimentos sociais ocorridos no mes de junho de 2013. A tendencia predominante nos anos 90, ate o inicio do seculo XXI, na analise dos movimentos sociais foi o de unir abordagens elaboradas a partir de teorias macrossociais as teorias que priorizam aspectos micro da vida cotidiana, por meio de conceitos que fazem mediacoes sem excluir uma ou outra das abordagens. Esse novo contexto teorico seria uma necessidade imperiosa, numa era na qual tudo se desfaz rapidamente e tudo fica obsoleto em fracoes de tempo.
Referência(s)