Zona de cisalhamento do núcleo do anticlinório de Gouveia, Cordilheira do Espinhaço, MG: geometria, cinemática e processos deformacionais
2005; Sociedade Brasileira de Geologia; Volume: 35; Issue: 4 Linguagem: Português
10.5327/rbg.v35i4.1186
ISSN2317-4889
AutoresSimone Cerqueira Pereira Cruz, Fernando F. Alkmim, Leonardo Lagoeiro,
Tópico(s)Geochemistry and Geologic Mapping
ResumoO Anticlinorio de Gouveia, uma culminacao antiformal de idade neoproterozoica nucleada pelo embasamento no Cinturao de Dobramentos e Cavalgamentos do Espinhaco Meridional (MG), esta estruturado por uma serie de falhamentos ancorados no embasamento e por dobramentos em pequena escala, ambos vergentes para oeste. Uma analise detalhada em diversas escalas de observacao foi realizada ao longo de um segmento de duas dessas falhas que foram nucleadas no complexo arqueano denominado granito de Gouveia, aqui denominado de granitoide de Gouveia. Esse estudo revelou que a deformacao da cobertura foi acomodada no embasamento do nucleo do Anticlinorio de Gouveia por meio da nucleacao de zonas de cisalhamento ductil-rupteis. Tais zonas sao constituidas por uma associacao de rochas miloniticas e filoniticas e alcancam mergulhos de ate 60 o , diferentemente da sua continuacao na cobertura. Esse mergulho anomalo reflete o controle estrutural exercido pela foliacao primaria do granitoide de Gouveia sobre a geometria das zonas de cisalhamento estudadas. Indicadores cinematicos de varios tipos revelam duas fases principais de deformacao. A primeira, com cinematica reversa sinistral, possui vergencia para oeste e foi responsavel pela nucleacao das zonas de cisalhamento. A segunda, com movimentacao normal destral, desenvolve-se por meio da reativacao de porcoes das zonas anteriormente nucleadas. Os principais processos observados na escala de grao nas zonas de cisalhamento estudadas foram o microfraturamento e deslizamento friccional em graos de feldspato e biotita, deformacao cristalplastica em quartzo e processos envolvendo transferencia de solucoes. A circulacao de fluidos foi um processo ativo em ambas as fases de deformacao levando a instalacao de reacoes de hidratacao e substituicao do K-feldspato pelo plagioclasio, dissolucao/precipitacao de quartzo e crescimento de turmalina e barita. Como resultado disso, as zonas estudadas sao dominadas por rochas protomiloniticas e filoniticas. As condicoes de temperatura estimadas para a deformacao varia entre 300 e 400 o C e o metamorfismo alcanca temperatura de 500 o C.
Referência(s)