Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Bons chefes, maus chefes, chefões: elementos de filosofia política ameríndia

2012; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 54; Issue: 2 Linguagem: Português

10.11606/2179-0892.ra.2011.39649

ISSN

1678-9857

Autores

Beatriz Perrone-Moisés,

Tópico(s)

Memory, Trauma, and Testimony

Resumo

Este artigo estabelece um diálogo entre mitos ameríndios e o pensamento de Pierre Clastres. Tem por fio condutor figuras de chefes ameríndios presentes na reflexão da antropologia política americanista e na mitologia. Os mitos são aqui tomados como pensamento (cf. Lévi-Strauss), e embora o próprio Clastres opusesse por vezes mito e pensamento, mitos como os que são aqui analisados podem ser lidos como reforço à sua famosa tese da Sociedade contra o Estado. Tais mitos são aqui apresentados, ao lado de outras histórias, como elementos a serem acrescentados à imagem do “chefe sem poder” ameríndio – e introduzir-lhe certas modulações. Trata-se, finalmente, de defender a necessidade de prosseguir a “revolução copernicana” proposta por Clastres, não mais em prol de uma teoria geral da política (ou antropologia política, em seus termos), mas para buscar os termos ameríndios de conceber e praticar política, uma filosofia política ameríndia (antropologia política ameríndia?).

Referência(s)