O INTERDITO COMO FUNDADOR DO DISCURSO
1998; EDUFU; Volume: 22; Issue: 1 Linguagem: Português
ISSN
1981-5239
Autores Tópico(s)Linguistics and Language Studies
ResumoO objetivo deste trabalho e o de refletir sobre o interdito como fundador do discurso. Assim, o trabalho possui uma ligacao com a questao do nao dito em Pecheux e com a Questao do silencio em Orlandi. Iniciamos nossa investigacao observando o transbordamento de sentido na logica e na pragmatica para chegar ao discurso. Observamos o transbordamento desde uma concepcao logica, onde analisamos casos como o entalhe e a pressuposicao, ate elementos causativos implicitos e a consideracao do contexto. Dai o transbordamento passa para a questao do nao dito tal como formulado na analise do discurso (AD). Argumentamos que e preciso que nao se diga tudo para que algo seja possivel de dizer. Assim, notamos que no conceito de enunciacao Pecheux se refere a que o dizer consiste em atualizar certos sentido e apagar outros. Se fosse possivel o tudo dizer haveria uma tal transparencia que nao seria preciso dizer nada, de tao obvio que seria. Assim, em Pecheux, um esquecimento radical, o numero um , e o que funda a subjetividade na lingua. Esse esquecimento e o que ocorre na metafora paterna que e o elemento interditor. Essa metafora surge como injuncao ao dizer. Assim, como nao pode haver transparencia, e preciso que se diga algo, de modo que e impossivel nao ser falante. A metafora paterna consiste numa substituicao significante onde o nome do pai substitui o desejo da mae, de modo que o resultante dessa operacao e o que afirma a tese do interdito, a saber, que a verdade do sujeito e que ha recalque. Ha a questao da diferenca entre o impossivel e o proibido. O proibido e o que nao se pode dizer no nivel do enunciavel, e nao poder dizer o que e dizivel, assim o proibido e relativo a um saber consciente. Ja o impossivel e o que nao se pode dizer num nivel estrutural nao depende de uma legislacao e conceme um saber que e inconsciente e estrutural. o impedimento estrutural pode ser visto atraves de um modelo feito pela rede a~y(5. Quanto a questao do silencio, concordamos com Orlandi, que o silencio e condicao necessaria para haver dizer, mas nao e condicao suficiente, assim para nos o silencio deixa de ser o fundador, o fundador e o interdito. Assim, e preciso haver nao dito para haver dito: Esta e uma forma de falar do silencio ou do nao dito como constitutivo. Ha o silencio no nivel do proibido e do impossivel. Concluimos que a tese do interdito possui argumentos suficientes para ser levada em conta no estudo da linguagem Abstract
Referência(s)