Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Um impasse estético em Artigas: entre o realismo socialista e o concretismo

2015; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 22; Issue: 37 Linguagem: Português

10.11606/issn.2317-2762.v22i37p78-93

ISSN

2317-2762

Autores

Raphael Grazziano,

Tópico(s)

Art, Politics, and Modernism

Resumo

<p>O artigo explora o posicionamento ambivalente de Artigas no debate político-cultural da Guerra Fria, durante a década de 1950, em que se opunham dois movimentos artísticos principais. Por um lado, o realismo socialista, tendência que tomou força na Rússia pós-revolucionária, sobretudo a partir da ascensão de Stalin, ao se colocar como a nova arte das massas proletárias, nas diretrizes da política cultural comum aos diversos partidos comunistas. Por outro lado, o concretismo, já então visto como uma nova vanguarda moderna de abstração geométrica, mas que era atacado pelos militantes comunistas, por seus supostos vínculos “imperialistas”. Para tal, mapeamos o tratamento que o arquiteto deu a cada vertente, em duas fontes simultâneas. Uma se refere aos textos e aulas de Artigas, que permitiram perceber as transformações que as acepções de cada movimento sofreram ao longo de sua carreira. A outra é a de seus projetos, em que estudamos duas casas paradigmáticas: a Olga Baeta, de 1956, e a Rubens de Mendonça, de 1958. Embora a primeira seja normalmente vista como “realista socialista”, e a segunda, como “concretista”, a análise dos desenhos não permite uma vinculação estrita a nenhuma delas. Ambas as posições estão mescladas nas duas casas e são desenvolvidas de modo inconcluso, o que revelaria o impasse cultural em que Artigas se encontrava. Impasse presente nas obras e nos textos,referente não só ao desenvolvimento formal que cada frente lhe abria, como também por suas vinculações a projetos políticos e nacionais de longo alcance.</p>

Referência(s)